PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Desembargador manda Felipe Picciani para Bretas

Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, desmembrou denúncia do Ministério Público Federal nesta quinta-feira, 7, e deslocou para juiz da Calicute investigação contra filho de Jorge Picciani

Foto do author Julia Affonso
Por Julia Affonso
Atualização:

Felipe Picciani, de camisa azul. Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

O desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal, da 2.ª Região, desmembrou a denúncia do Ministério Público Federal, da 2.ª Região contra os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, e outros 16 investigados por corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O magistrado manteve na Corte Federal apenas a parte da acusação que atinge os parlamentares, que detém foro privilegiado perante o Tribunal.

Nove crimes de Picciani, Melo e Albertassi

Dodge recorre de decisão de Gilmar que mandou soltar Jacob Barata

Assessor de Picciani diz 'não lembrar' o que fez com R$ 100 mil que sacou da conta de Paulo Melo

 Foto: Estadão

PUBLICIDADE

O empresário Felipe Picciani, filho de Jorge Picciani, os empresários do Transporte Jacob Barata Filho e Lélis Teixeira e outros 13 alvos passam a responder agora à 7.ª Vara Federal Criminal, sob tutela do juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato, no Rio.

Publicidade

"Conforme requerido pelo Ministério Público Federal, determino o desmembramento do feito em relação a Felipe Carneiro Monteiro Picciani; Jorge Luiz Ribeiro; Carlos Cesar da Costa Pereira; Ana Claudia Santos Andrade; Marcia Rocha Schalcher de Almeida; Andreia Cardoso do Nascimento; Fabio Cardoso do Nascimento; José Carlos Reis Lavouras; Jacob Barata Filho, Lélis Marcos Teixeira, Marcelo Traça Gonçalves, Álvaro José Galliez Novis, Edimar Moreira Dantas, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Leandro Andrade Azevedo e José Augusto Ferreira dos Santos, remanescendo nestes autos apenas a autoridades com prerrogativa de foro nesta Corte Regional", ordenou Abel Gomes.

+ Filho de Picciani diz à PF que foi ao TCE 'falar de gado' com conselheiro

Rua do Carmo, 6, Rio, endereço do comitê de Paulo Melo 'Pinguim' e de entrega da propina

Paulo Melo, da propina de R$ 50 mi, diz à PF que sua renda vem de salários, alugueis e peixes

Picciani deixava talão de cheques em branco, relata gerente

Publicidade

R$ 55 mil em dinheiro vivo em casa são diária de táxi, diz assessor especial de Picciani

Ao enviar parte da acusação para a 7.ª Vara Federal, o desembargador apontou para 'conexão evidente e expressa' com as Operações Calicute e Ponto Final, que pegaram respectivamente o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e a cúpula do Transporte fluminense.

Além da denúncia, Abel Gomes enviou para análise de Bretas pedidos de revogação de prisões preventivas e requerimentos ligados a indisponibilidade de bens de cinco investigados.

Na decisão, o magistrado anotou que está impedido para 'eventuais recursos e writs eventualmente interpostos em face deste processo originário'.

O desembargador citou o artigo 252, inciso III do Código de Processo Penal, que estabelece que 'o juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão'.

Publicidade

A denúncia do Ministério Público Federal, da 2.ª Região, aponta que o esquema atribuído a Sérgio Cabral usou a Assembleia Legislativa (Alerj) para esquemas de corrupção com a construtora Odebrecht e a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado (Fetranspor).

Segundo a Procuradoria da República, Jorge Picciani recebe propinas desde os anos 1990 e não deixou de obter entre 2011 e 2014, quando ficou sem mandato.

A acusação afirma que o presidente licenciado da Assembleia do Rio e seu filho Felipe Picciani usaram a agropecuária Agrobilara para lavar ativos via operações de venda de gado. As condutas imputadas a Paulo Melo, ex-presidente da Alerj, incluem o recebimento de falsas doações da Odebrecht para sua campanha eleitoral por meio de empresas "laranjas".

Albertassi foi acusado de receber repasses mensais da Fetranspor entre 2012 e março de 2017, com movimentações financeiras por intermédio de emissoras de rádio de sua família. COM A PALAVRA, JORGE PICCIANI

O advogado Nelio Machado, que defende Jorge Picciani, afirmou. "A defesa nega envolvimento do seu cliente, Jorge Picciani, nos fatos apresentados pela denúncia e agirá que irá provar sua inocência."

Publicidade

COM A PALAVRA, EDSON ALBERTASSI

O advogado Márcio Delambert, defensor de Albertassi, afirmou. "A denúncia fez um juízo equivocado da atuação parlamentar do deputado Edson Albertassi, com base na palavra isolada de um delator que é réu confesso. As acusações não procedem."

COM A PALAVRA, JACOB BARATA FILHO

A defesa de Jacob Barata Filho informa que não há qualquer evidência de distribuição ou recebimento de dinheiro ilícito em prol de qualquer agente público por parte do empresário.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.