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Deputado pede que Tribunal de Contas investigue contrato de R$ 146 milhões do Poupatempo de SP com ex de Wassef

Líder do PTB na Assembleia Legislativa do Estado, Campos Machado diz que requerimento foi motivado pelo histórico da empresária Maria Cristina Boner Léo, que foi casada com ex-advogado de Flávio Bolsonaro, e é citada em casos suspeitos de corrupção

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Por Redação
Atualização:

A empresária Maria Cristina Boner. Foto: Facebook / Reprodução

O deputado estadual Campos Machado (PTB) entrou com requerimento, nesta terça, 14, junto ao Tribunal de Contas de São Paulo pedindo esclarecimentos sobre um contrato de R$ 146 milhões firmado entre o Poupatempo e a empresa da família de Maria Cristina Boner Léo, ex-mulher do advogado Frederick Wassef que, até mês passado, defendia e prestava consultorias à família Bolsonaro.

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A informação sobre o envolvimento da empresária no contrato foi divulgada no domingo, 12, pela revista Veja. A Prodesp, que administra o Poupatempo em São Paulo, informou que a empresa venceu licitação, passou pelo crivo dos órgãos de fiscalização e está habilitada a assumir o contrato.

"Sem prejuízo de uma acurada investigação sobre a legalidade e a legitimidade do processo licitatório, correspondente ao contrato de gestão dos postos do Poupatempo no estado, (...) se faz urgente e necessário, e sem qualquer pré-julgamento, de quem quer que seja, a análise dos pré-requisitos de idoneidade", afirma o deputado no documento encaminhado ao presidente da Corte de Contas, conselheiro Edgard Camargo Rodrigues.

Campos Machado Foto: Werther Santana / Estadão

O parlamentar diz que o pedido de explicações decorre do 'acervo de notícias, levantando peculiaridades do "Modus Operandi" da Senhora Cristina Boner, através de empresas, consórcios, denúncias e envolvimento em escândalos de corrupção'.

Campos, que é líder do PTB na Assembleia Legislativa de São Paulo, argumenta que a empresária tem histórico em casos suspeitos e sob investigação e cita o chamado 'Mensalão do DEM' e o suposto esquema de propinas operado no governo de José Roberto Arruda no Distrito Federal - ambos investigados pela Operação Caixa de Pandora.

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Campos destaca, ainda, que 'trata-se de um grupo empresarial frequentemente acusado de envolvimento em negócios suspeitos, que agora vai gerenciar serviços de altíssima relevância para o cidadão paulista'.

COM A PALAVRA, A PRODESP, QUE ADMINISTRA O POUPATEMPO DE SP

"A Prodesp esclarece que a empresa 3P Brasil, vencedora da licitação de um dos lotes para prestação de serviços do Poupatempo atende a todos os critérios exigidos de participação, assim como as demais empresas classificadas, e está habilitada a assumir o contrato e sem nenhum impedimento jurídico. A concorrência cumpriu todas as exigências, conforme determina a Lei de Licitações e passou pelo crivo dos órgãos de fiscalização.

A empresa presta serviços não só ao governo de São Paulo, mas a inúmeras outras instituições há décadas. No caso do Poupatempo, todas as contratações sempre foram feitas, por licitação, com o crivo do Tribunal de Contas e demais órgãos de controle."

COM A PALAVRA, A GLOBALWEB

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Em relação a matéria publicada pelo blog do Fausto Macedo, a Globalweb repudia as ilações do referido parlamentar e esclarece que o contrato com a PRODESP foi conquistado por meio de um disputado pregão eletrônico aberto, que contou com a participação de dezenas de empresas concorrentes e com centenas de lances. O Edital de Licitação previa a contratação dividida em sete lotes regionais distintos sendo que uma mesma empresa não poderia ganhar mais do que um lote. No certame, sagrou-se vencedora de cada lote a empresa que ofereceu o maior desconto em relação ao preço estabelecido pela PRODESP. A Empresa, após a disputa eletrônica, venceu de forma lícita um dos lotes e mais seis outras empresas diferentes foram declaradas vencedoras dos demais lotes. Todas as sete vencedoras já assinaram contrato com a PRODESP, com valores muito equivalentes. A Globalweb reitera ainda que tem uma área de Compliance muito atuante, Comitê de Ética, governança, auditoria interna e externa, central de denúncias e um quadro de executivos de mercado que demonstra a lisura e a correção em todas as suas ações comerciais. Qualquer referência a eventual irregularidade nos contratos da Globalweb é, portanto, indevida, precipitada e lesiva à sua imagem e à sua atuação comercial.

Pedro Rondon, CEO da Globalweb

COM A PALAVRA, MARIA CRISTINA BONER LÉO

A reportagem busca contato com a empresária. O espaço está aberto para manifestações.

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