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Deputada bolsonarista diz à PF que defesa de AI-5 e intervenção militar é 'metáfora'

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Por Pepita Ortega , Rayssa Motta , Fausto Macedo e Paulo Roberto Netto
Atualização:

A deputada Alê Silva. Foto: Reprodução / Câmara dos Deputados

Em depoimento à Polícia Federal, a deputada bolsonarista Alê Silva (PSL-MG) afirmou que a defesa da intervenção militar e do AI-5 que fez em postagem em suas redes sociais no dia 19 de abril - quando atos antidemocráticos foram realizados no País - era uma 'metáfora'. A parlamentar disse acreditar que 'na verdade ninguém queria' as medidas relacionadas à ditadura e que ela e as pessoas 'sabiam da impossibilidade jurídica de tais atos'.

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"AÍ-5 e intervenção militar é o grito de desespero de um povo que quer ver o seu Presidente, eleito democraticamente, governar sem as amarras de dois Congressistas. Nós acreditamos que @jairbolsonaro e equipe tem as melhores propostas para o brasil. Deixem-o trabalhar", disse a deputada à época. A PF confrontou a parlamentar com a mesma.

A declaração foi feita ao delegado Fabio Alvarez Shor, no dia 17 de setembro, no âmbito do inquérito sobre o financiamento e incentivo às manifestações com faixas pedindo o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

 

A deputada também foi questionada sobre uma outra postagem, também realizada no dia 19 de abril: "Estão me criticando dizendo que eu apoio um novo AI-5. Eu fui eleita não para me comportar como uma dama, mas sim para chutar a porta e acabar com essa bagunça. Se fosse para ser dama, eu ficava em casa".

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Alê Silva diz que 'mais uma vez se tratava de uma metáfora', desta vez 'para expressar sua conduta como Deputada Federal no Congresso Nacional'.

"Quis dizer que deixou de adotar uma posição passiva em relação ao Presidente da Câmara e do Senado Federal e começou a adotar uma postura de contrariedade às atitudes tomadas pelos referidos Presidentes, como por exemplo, deixar caducar medidas provisórias de interesse da população", registra o depoimento.

Questionada se já participou, incentivou ou financiou atos contra o STF, Alê Silva disse que já 'participou de manifestos contra algumas pessoas do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional jamais contra as instituições'. Já sobre a participação em manifestações, a deputada relatou que esteve em duas, uma no dia 24 de maio, em frente ao Palácio do Planalto e outra no dia 20 de julho.

 

No depoimento à PF, a parlamentar também relatou que seus perfis nas redes sociais como deputada são administrados pela empresa Consulting Consultoria em Marketing Digital, contratada por seu gabinete. O proprietário da companhia é Eduardo Martins, que trabalhou de forma voluntária em sua campanha eleitoral e recebe R$ 7 mil para prestar os serviços.

Os investigadores também perguntaram sobre transferências bancárias de R$ 81 mil feitas pela deputada a Hellen Jone da Silva Moure, que foi sua assessora parlamentar. Alê Silva disse que Hellen solicitou o desligamento da função por incompatibilidade com suas atividades profissionais e pessoais e então a parlamentar resolveu contratar seus serviços para prestar consultoria, assessorando a elaboração de emendas orçamentárias e indicações orçamentárias de ministérios por parte da deputada.

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