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Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Depois da tempestade...

A resposta terá que vir com a aceleração da atividade econômica. É da natureza destas situações, reagir com força. As autoridades econômicas entendem perfeitamente que o receituário recomendável é o oposto ao do período imediatamente anterior.

Por Hélio Ferraz
Atualização:

O ministro da Economia não é um cristão novo do Liberalismo. A hora é de um novo New Deal, que adotou:

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  • desvalorização do dólar para tornar as exportações mais competitivas;
  • empréstimos aos bancos para evitar falências no sistema financeiro;
  • criação do sistema de seguridade social, com destaque para o seguro desemprego e a Lei de Seguridade de 1935;
  • direito de organização sindical;
  • estímulo à produção agrícola;
  • construção de uma grande quantidade de obras públicas, com destaque às hidrelétricas e rodovias.

Podemos, alternativamente, chamar de Novo Plano Marshall.Acreditar nestes remédios, é ser liberal, pois sê-lo não significa desacreditar que a atividade privada é a resposta mais produtiva e capaz de atender as demandas econômico/sociais e, ainda que, "There is no such thing as "Public Money", there is only "tax-payers Money".

Lembramos: o "Imposto de Renda Negativo"(um bolsa Família Anglo Saxão) teve como padrinho Milton Friedman.

Assim, além de supervisionar a atividade econômica e a própria livre concorrência, cabe ao Governo tratar Pandemias, ou Epidemias econômicas, que necessitam de medicação, diante da doença, da infecção, que pode acometer qualquer organismo vivo e debilitar sua saúde, seja este econômico, ou físico.

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Claro, sem perder de vista, bem entendido, que sejam remédios, drogas, com efeitos colaterais e, por isso, precisam ser dosados para não se converterem em veneno.

A boa saúde física, igualmente, ninguém duvida, hoje em dia, vem da boa alimentação, da atividade física, do sol, do ar puro, mas diante de uma infecção o quadro se torna mais complicado.

A economia, igualmente, quando infectada, se torna debilitada, e pode precisar de uma hidroxicloroquina, um respirador, e uma UTI, no plano econômico, fiscal, ou em ambos.

Atravessada a tormenta, emerge, definitivamente, radicalizada a digitalização da economia, a nuvem, a vídeo conferência, a consulta virtual, processos e julgamentos on-line, a robotização, e por aí vai.

Veremos que a economia entrou em novo ritmo, nova velocidade, o progresso é intrínseco. Assim, no Renascimento, a carta de crédito, a bússola, ou na Revolução Industrial, a máquina a vapor, os trens, o tear aceleraram, então, a velocidade das transações e de toda a economia.

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O crescimento, agora talvez, passe a conhecer uma expansão geométrica, em lugar de aritmética.

A automação, em lugar de substituir o homem, pode leva-lo a entender Nietzsche: "só como fenômeno estético a vida parece justificada".

Nossos empregos poderão se concentrar no soft business, na informação, na pesquisa científica, turismo, na cultura, na arte, na educação, no esporte, no laser, em um processo, é claro.

Enfim, vamos refletir mais e nos movimentar menos.

Aos robôs o "dirty and hard job", estrito senso. Vejamos que economias desenvolvidas há muito, não têm lugar para o nosso, pós-escravagista, emprego doméstico.

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Ademais, o problema econômico estrutural é, sempre, a escassez, não a abundância, em geral benéfica, pois além de baratear, obrigatoriamente, demanda consumidores.

Acredito que sairemos mais solidários, menos desiguais, mais humanistas, e não é uma "Utopia", a ilha que não existe, .... não, mesmo!

Afinal, durante o isolamento os economistas, sociólogos, políticos e os cidadãos tiveram tempo, até, de ouvir Raul Seixas:

"Sonho que se sonha junto é realidade".

*Hélio Ferraz, vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), administrador e mediador judicial

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