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Milton Ribeiro diz à PF que Bolsonaro lhe pediu para receber pastores, mas nega cobranças do presidente após reunião

Ex-ministro da Educação foi ouvido pela Polícia Federal em Brasília no inquérito sobre o 'gabinete paralelo' de pastores no MEC

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Por Rayssa Motta
Atualização:

O ministro da Educação, Milton Ribeiro. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Depois de pedir exoneração do cargo em meio ao escândalo do gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC), revelado pelo Estadão, o ex-ministro Milton Ribeiro foi ouvido pela primeira vez nesta quinta-feira, 31, no inquérito que apura as suspeitas de corrupção na pasta.

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Em depoimento na sede Polícia Federal, em Brasília, ele confirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe pediu para receber os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, acusados por prefeitos de cobrarem propina para intermediar a liberação de verbas do MEC, mas negou ter favorecido prefeituras indicadas pelos líderes religiosos na distribuição de recursos.

Questionado pelo delegado, o ex-ministro minimizou o interesse de Bolsonaro na reunião e disse que não recebeu qualquer demanda ou questionamento do presidente a respeito do assunto tratado no encontro ou de eventuais pedidos dos pastores. A informação foi publicada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão.

Milton Ribeiro ainda negou ter conhecimento de qualquer irregularidade na negociação de verbas do Ministério da Educação. Com o depoimento agendado para a tarde de hoje, o ex-ministro não compareceu diante da Comissão de Educação do Senado para esclarecer a relação com os pastores suspeitos de corrupção.

O inquérito contra o ex-ministro foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que viu indícios dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa. Aras ainda precisa dizer se o presidente Jair Bolsonaro também será investigado.

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Como mostrou o Estadão, o gabinete do ex-ministro foi capturado por um grupo de pastores que, além de controlarem a agenda da pasta, agilizavam a liberação de verbas a prefeituras em troca de propina em ouro, em dinheiro e até na compra de Bíblias. Dez prefeitos já disseram ter recebido pedidos de propina dirigidos pelos pastores.

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