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Depoimento de agente da PF que cita Anastasia é remetido ao STF

Segundo a Procuradoria, declarações de 'Careca' à PF fazem menção a pessoas com prerrogativa de foro

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Por Redação
Atualização:

Por Mateus Coutinho, Julia Affonso e Fausto Macedo

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O juiz federal Sérgio Moro, que conduz todas as ações da Operação Lava Jato, informou nesta segunda-feira, 2, que o depoimento do agente da Polícia Federal Jayme Alves Oliveira Filho foi remetido ao Supremo Tribunal Federal. O policial é acusado de ser "entregador de malas de dinheiro" a políticos a mando do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato.

Em depoimento à PF, "Careca", como Jayme é conhecido, disse ter entregue R$ 1 milhão ao senador Antônio Anastasia (PSDB). O agente foi denunciado e afastado das funções por integrar o grupo de "mulas" do doleiro. Tabela apreendida pela Polícia Federal em um escritório de Youssef indica que o policial federal fez ao menos 31 entregas de dinheiro vivo entre 2011 e 2012. O valor distribuído chegou a R$ 16,9 milhões.

"Relativamente ao pedido de acesso formulado pelo Senador Antônio Anastasia no qual o acusado Jayme Alves teria supostamente o reconhecido como destinatário de uma entrega de dinheiro, na esteira da posição do MPF, observo que o depoimento está sendo remetido ao Supremo Tribunal Federal, sendo mais apropriado que o Requerente formule o pedido de acesso perante aquela Corte", afirmou Moro na decisão.

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Antônio Anastasia. Foto: Fábio Motta/Estadão

À Justiça, o próprio doleiro Alberto Youssef desmentiu Jayme Careca. Por meio de seu advogado, o criminalista Antonio Figueiredo Basto, o doleiro negou que tivesse mandado o agente da PF levar dinheiro para o senador Anastasia.

Na semana passada, a Procuradoria se manifestou contra o pedido do senador para ter acesso aos depoimentos do agente. Os procuradores da República Roberson Henrique Pozzobon e Deltan Martinazzo Dallagnol, que integram a força tarefa da Lava Jato, se manifestaram pelo "indeferimento" do pedido de Anastasia "posto que o depoimento de Jayme faz menção a pessoas com prerrogativa de foro em decorrência da função que exercem". Eles assinalam que é necessário prévio exame do Supremo Tribunal Federal, instância judicial que detém competência exclusiva para investigar deputados e senadores.

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