A taxa Selic, principal medidor da inflação no Brasil, continua mantida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a 2% ao ano, o menor índice da história. Um dos impactos desse cenário no bolso do brasileiro ocorre na hora de recorrer aos bancos para fazer um financiamento. As taxas de juros tornam-se mais atrativas ao consumidor à medida em que a Selic diminui.
Essa é a explicação para o boom visto na procura de imóveis na planta nos últimos 6 meses, segundo as próprias construtoras. Com juros bancários atraentes, a fila de pessoas interessadas em comprar imóveis antes mesmo da conclusão simplesmente dobrou.
O interesse por imóveis vendidos na planta tem um ingrediente extra: a aquisição do bem antes da entrega garante uma economia que faz muita diferença para quem poupou com a intenção de comprar um apartamento ou uma sala comercial.
Por outro lado, comprar um imóvel na planta envolve riscos específicos que exigem a atenção do comprador. Por menor que possa parecer, existe a possibilidade de a obra ser paralisada pela construtora ou sofrer um atraso com o qual o consumidor não conta.
É necessário que as pessoas procurem se precaver de todas as formas e antever eventuais dores de cabeça. No entanto, se todos os cuidados forem observados e colocados em prática, vale a pena considerar a ideia de adquirir o imóvel próprio. Alguns riscos podem ser evitados ou pelo menos garantir uma boa multa ao novo proprietário. Para isso, é importante manter guardados todos os documentos referentes à compra.
A Selic está muito baixa, e quem tem recursos mais abundantes em aplicações atreladas à taxa pode considerar a ideia de mudar o foco, sem aumentar o risco do investimento. Os imóveis cumprem bem esse papel, mas é preciso apontar para a direção certa. Eu acredito que a procura por imóveis na planta vai continuar intensa até o fim do ano.
*Samuel Ferreira da Silva, gestor imobiliário do Grupo MBL (Silva Empreendimentos e Fonsil)