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Delegado da PF que investiga facada em Bolsonaro vai ser 'oficial de ligação' nos Estados Unidos

Rodrigo Morais Fernandes terá como função de estreitar laços com a força-tarefa El Dorado no escritório da Homeland Security Investigations (HSI), em Nova Iorque, por dois anos

Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

O delegado federal Rodrigo Morais Fernandes, responsável pela investigação do atentado a faca contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018, foi escalado para uma missão de dois anos nos Estados Unidos.

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Ele vai deixar Belo Horizonte para exercer o cargo de 'oficial de ligação' no escritório da Homeland Security Investigations (HSI), em Nova Iorque. A função é promover uma aproximação entre a PF e a força-tarefa El Dorado, dedicada a investigar crimes financeiros.

O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, assina a portaria que autoriza a transferência, publicada no último dia 8 no Diário Oficial da União. A função é disputada e, internamente, a transferência não é vista como represália.

 Foto: Estadão

A escolha do delegado para a missão estrangeira ocorre após a reabertura da investigação sobre a facada. O inquérito foi retomado após o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), em Brasília, derrubar as restrições que vinham travando as apurações. A decisão judicial abriu caminho para a PF analisar o material obtido a partir da quebra de sigilo bancário do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que na época do crime defendeu Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado.

O parecer do TRF-1 também permitiu acesso ao conteúdo da operação que fez buscas no escritório do advogado, ainda em 2018. Na ocasião, os policias federais apreenderam celular, livros caixa, recibos e comprovantes de pagamento de honorários, mas não puderam se debruçar sobre o material por decisão liminar da Justiça, anulada pelo tribunal.

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A linha de investigação retomada pela Polícia Federal, sob liderança de Fernandes, busca verificar se alguém pagou pelo trabalho de Zanone no caso ou se o advogado assumiu a defesa para ganhar visibilidade.

Adélio foi o único indicado pelo delegado no inquérito. Ele foi enquadrado na extinta Lei de Segurança Nacional, mas é considerado incapaz de responder pelo crime por sofrer distúrbios psicológicos e cumpre medida de segurança na penitenciária federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, por tempo indeterminado.

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