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Delatores entregaram planilha com valores de conta usada por Vaccari

Ex-tesoureiro pediu para usar conta da JBS nos Estados Unidos para receber valores e fazer pagamentos, diz Joesley Batista; petista determinava para quem transferir dinheiro

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Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari. Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Os delatores da JBS entregaram à força-tarefa da Operação Lava Jato uma planilha com registro de "entradas" e "saídas" de dinheiro de uma conta do grupo que foi usada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para movimentar dinheiro no exterior.

A conta corrente da empresa Okinawa Investments Ltd, que pertence à Joesley Batista, foi emprestada para Vaccari e para um filho do ex-ministro Luiz Gushiken, morto em 2013, guru da comunicação do ex-presidente Lula. A conta em um banco em Nova York, nos Estados Unidos, foi usada entre 2012 e 2014 pelo ex-tesoureiro petista, preso em Curitiba desde abril de 2015.

 

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"Um dia o João me abordou e disse 'olha, volta e meio eu tenho pagamentos a receber no exterior e não tenho para onde mandar. Você não quer receber esse dinheiro e ficar com você e o dia que eu precisar você fazer pagamentos para mim", contou Joesley, aos investigadores da Lava Jato. "Eu falei 'uai João, como é que funciona esse negócio?'."

Vaccari teria dito que as movimentações estaria relacionadas à Guilherme Gushiken, filho do ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva. O depoimento registrado no Termo 9, referente ao Anexo 14, trata sobre proposta feita em 2012. "João Vaccari perguntou se poderia lhe emprestar uma conta bancária no exterior onde tais valores fossem depositados."

 

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O dono da JBS disse que com o número da conta bancária no exterior, Vaccari "recebia pagamentos e volta e meia ele comandava pagamentos, ou no exterior, ou em dinheiro ou pedia doações oficiais e se fazia a compensação".

O documento registra "saídas" de US$ 23 milhões, entre 2013 e 2014. São pagamentos para empresas offshore, em maioria.

Consta no anexo que "foi aberta uma planilha de conta corrente, que registrou ao longo do tempo, os depósitos". "Os valores foram ressarcidos das seguinte formas: notas com conteúdo e datas ideologicamente falsos, em dinheiro, depósitos em contas no exterior ou em forma dissimulada de doações eleitorais."

 

 

"Era coisa do Vaccari que eu não faço a menor ideia do que seja."

Era uma empresa nova que foi usada onde caia o dinheiro deles, explicou Joesley. A conta é de Nova York e está declarada. Segundo Joesley, é preciso fazer uma pesquisa nessa conta pois há o registro de todos os valores pagos e recebidos por Vaccari. A movimentação, segundo o delator, ocorreu de 2012 a 2014.

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O delator entregou documentos da conta e extratos que mostram em 2015 um valor de US$ 1,12 milhões.

 
 
 

 

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