O governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi citado por dois delatores da Odebrecht. O homem forte do setor de propinas do grupo, Benedicto Barbosa Silva Júnior, e o executivo Valter Luís Arruda Lana, relataram à Procuradoria-Geral da República 'o pagamento de vantagens indevidas' ao tucano, 'a pretexto de campanhas eleitorais'.
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PRETEXTOSegundo os delatores, os repasses teriam sido 'operacionalizados por diversas pessoas'.
Como os depoimentos não mencionam 'crimes praticados por autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função' no Supremo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, 'o reconhecimento da incompetência' da Corte máxima 'para a apuração dos fatos'.
Como governador, Beto Richa tem competência perante outra Corte judicial, o Superior Tribunal de Justiça. Fachin determinou o levantamento do sigilo dos autos e mandou cópia dos depoimentos dos colaboradores Benedicto Barbosa Silva Júnior e Valter Luís Arruda Lana, e documentos apresentados, junto ao Superior Tribunal de Justiça.
"Registro que a presente deliberação não importa em definição de competência, a qual poderá ser reavaliada nas instâncias próprias", anotou Fachin.