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Delatores da Sete Brasil vão devolver cerca de R$ 28 milhões

João Ferraz, ex-presidente da empresa, e Eduardo Musa, ex-diretor e ex-gerente da Petrobrás, concordaram em pagar multa de R$ 7,5 milhões e repatriar US$ 5,1 milhões ocultos em contas secretas no exterior

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Por Redação
Atualização:

João Ferraz, ex-presidente da Sete Brasil, durante CPI da Petrobrás Foto: Estadão

Por Mateus Coutinho, Fausto Macedo, Julia Affonso e Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba

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Dois ex-executivos da Sete Brasil - empresa criada pela Petrobrás para fornecimento de navios-sonda - concordaram em devolver aos cofres públicos R$ 7,5 milhões e repatriar US$ 5,1 milhões ocultos em contas secretas fora do País, em seus acordos de delação premiada fechados com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Ferraz foi presidente da Sete Brasil, empresa criada em 2011 pela Petrobrá em parceria com a fundos de pensão da Petros, Previ e Funcef e os bancos Santander, Bradesco e o BTG Pactual para fornecimento de 28 navios-sonda para exploração de petróleo em alto mar nos campos do pré-sal. Contrato de US$ 22 bilhões.

Musa era ex-gerente-geral da Diretoria de Internacional da Petrobrás e foi diretor de Operações da Sete Brasil. Ferraz se comprometeu R$ 3 milhões e repatriar US$ 1,9 milhão mantidos em contas secretas. Musa admitiu devolver R$ 4,5 milhões e repatriar US$ 3,2 milhões ao Brasil "O perdimento do produtor do crime com a devolução integral dos valores mantidos no exterior, recebidos a título de pagamento de vantagem indevida, sendo no mínimo (de acordo com o relato do próprio colaborar) de USD 3,2 milhões", diz o contrato de delação de Musa.

 Foto: Estadão

O valor de R$ 4,5 milhões diz respeito a multa civil compensatória, que pode ser usada para ressarcimento mínimo das empresas lesadas. Os valores devem ser pagos em três parcelas. "1ª parcela de R$ 1,5 milhão em até 30 dias da homologação do acordo; 2ª parcela de R$ 1,5 milhão até seis meses após a homologação do acordo; 3ª parcela de R$ 1,5 milhão a ser paga até 12 meses após a homologação."

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Contrato bilionário. O acordo com os dois ex-executivos e ex-funcionários da Petrobrás foi assinado no dia 7 de agosto, com os procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba. Além de revelar o envolvimento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na contratação de navio-sonda pela Diretoria Internacional, as delações dos dois ex-executivos aprofundam os dados sobre o esquema de corrupção no setor do pré-sal.

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Eduardo Cunha dava a palavra final na diretoria Internacional, diz ex-gerente da Petrobrás ____________

O ex-gerente de Engenharia da Petrobrás Pedro Barusco, que atuou diretamente na criação e na gestão da Sete Brasil, foi o primeiro a confessar propina nos contratos bilionários da empresa - subcontratada da estatal.

Barusco disse em depoimento a propina paga foi de 1% do valor dos contratos, dos quais dois terços seriam destinados para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, dentro da cota do partido, e um terço para ele mesmo e para Ferraz e Musa.

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