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Delator relata encontro com senador tucano para acertar doação em dinheiro

Ricardo Pessoa, da UTC, disse que Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP) pediu em 2010 doação de R$ 500 mil, dos quais R$ 200 mil em dinheiro

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Por Redação
Atualização:

Aloysio Nunes. Foto: Waldemir Barreto/ Agência Senado

Por Beatriz Bulla e Talita Fernandes, de Brasília

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O dono da UTC, Ricardo Pessoa, relatou a investigadores ter acertado com o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) doação para campanha eleitoral no valor de R$ 500 mil, sendo R$ 300 mil feitos por repasses oficiais e R$ 200 mil em dinheiro. Em delação premiada, Pessoa disse que o encontro para acertar o pagamento foi feito no escritório político do senador e então candidato, na Avenida 9 de Julho, em São Paulo.

Empreiteiro diz que Mercadante presenciou acerto por doação oriunda de caixa 2

Além dos dois, participou do encontro o presidente da Constran - empresa comprada pela UTC -, João Santana, segundo o empreiteiro. Pessoa disse não se recordar sobre como foi a entrega dos valores, "sabendo apenas que o dinheiro utilizado é proveniente do caixa 2 da UTC e que teve participação do escritório de advocacia de Roberto Trombeta".

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 Foto: Estadão

O empreiteiro relatou ainda que "não acreditava" na vitória do tucano, mas sabia que era um nome influente no PSDB e "um nome ministeriável sempre". Por meio de assessoria, o senador nega o recebimento de dinheiro de caixa 2 e diz que procurou apenas o presidente da Constran, João Santana, para solicitações de doação "nos termos da lei eleitoral".

Os pedidos de investigação feitos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o tucano e sobre o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, estão apartados das apurações sobre a Operação Lava Jato. O entendimento dos procuradores é que a investigação recai sobre uso de dinheiro de caixa 2, com suposta prática de crime eleitoral, sem relação com os contratos da estatal. O ministro Celso de Mello é responsável pelos pedidos de investigação no Supremo Tribunal Federal.

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