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Delator diz que ex-tesoureiro do PT pediu propina para executivo meses depois da Lava Jato

Walmir Pinheiro Santana, financeiro da UTC Engenharia, afirmou à Procuradoria-Geral da República que em setembro de 2014, João Vaccari Neto queria que dinheiro fosse 'encaminhado como doação oficial ao partido'

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Por Beatriz Bulla , Julia Affonso , Adriano Ceolin e Gustavo Aguiar
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O ex-diretor da UTC Walmir Pinheiro disse em delação premiada que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pediu uma porcentagem de valores faturados pela empresa com o contrato para obras na usina de Angra 3. O pedido, segundo Pinheiro, foi feito após a assinatura do contrato com o consórcio vencedor do projeto, que aconteceu em setembro de 2014, portanto cerca de seis meses depois do início das investigações da Operação Lava Jato.

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O valor não foi pago, segundo Pinheiro, em razão da prisão do dono da UTC, Ricardo Pessoa - em novembro, decorrência das investigações da Lava Jato. Vaccari foi preso em abril nas investigações da Lava Jato. O ex-tesoureiro do PT queria que o dinheiro fosse encaminhado como doação oficial ao PT, segundo Pinheiro.

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"Que João Vaccari queria este valor como doação oficial para o PT; Que esta reunião foi posterior à assinatura do contrato de Angra 3, ou seja, após setembro de 2014; Que acredita que taI reunião tenha sido por volta de outubro de 2014; Que, porém, Ricardo Pessoa alegou para Vaccari que era impossível o pagamento do valor, pois havia outras empresas no consórcio e não havia margem no contrato para tal tipo de pagamento; Que, portanto, este valor não foi pago para Vaccari, até mesmo porque logo depois houve a prisão de Ricardo Pessoa e do próprio depoente", consta na delação de Pinheiro.

O ministro Teori Zavascki, do STF, retirou o sigilo da delação premiada de Pinheiro na última semana após pedido da procuradoria-geral da República (PGR).

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A defesa de Vaccari não atendeu as ligações da reportagem até esta publicação. (Beatriz Bulla, Julia Affonso, Adriano Ceolin e Gustavo Aguiar)

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