O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Wagner Ribeiro, delator da Operação Sevandija, apontou aos investigadores do Ministério Público do Estado de São Paulo o local onde estava a planilha de propina destinada à Prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD). A chefe do Executivo da cidade do interior de São Paulo foi presa na sexta-feira, 2, pela Operação Mamãe Noel, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (GAECO).
A Sevandija investiga três supostos esquemas na Prefeitura de Ribeirão Preto: indicação de terceirizados em troca de apoio político, fraudes licitatórias no DAERP e conluio para prática de peculato e corrupção com advogados e a entidade sindical.
A suspeita do Ministério Público de São Paulo é de que eles teriam repassado recursos de honorários arrecadados em uma ação que movimentou R$ 800 milhões para políticos da cidade, entre eles a prefeita.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, por meio da delação de Wagner Rodrigues 'foi possível obter a informação de que a planilha da divisão da propina' estaria no escritório de Sandro Rovani, apontado como operador do esquema.
"Realizada a busca, a informação trazida em colaboração premiada se confirmou documentalmente, tendo sido apreendidas algumas planilhas", aponta o aditamento à denúncia da Sevandija, subscrito pelos promotores de Justiça Marcelo Zanin Bombardi, Leonardo Leonel Romanelli e Gabriel Rigoldi Vidal, do Gaeco, núcleo Ribeirão Preto.
O documento aponta ainda outras informações sobre a divisão da propina.
"Em suma, os corruptos prometeram: R$ 7 milhões à prefeita Darcy Vera, R$ 2 milhões a Marco Antonio e R$ 11,8 milhões para Sandro e Wagner dividirem - tendo como contrapartida a elaboração do aditamento fraudulento. Totalizando R$ 20,8 milhões de reais em propina aos agentes públicos e membros do sindicato, agindo em concurso", diz a manifestação da Promotoria de São Paulo.
Além da prefeita, foram presos nesta sexta a advogada Maria Zueli Librandi, o também advogado Sandro Rovani, ambos do sindicatos dos servidores públicos municipais. A suspeita é de que eles teriam repassado recursos de honorários arrecadados em uma ação que movimentou R$ 800 milhões para políticos da cidade, entre eles a prefeita.
Outro preso é Marco Antônio Santos, ex-superintendente do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão de Preto (DAERP), considerado um dos operadores do esquema.
O advogado de Rovani, Júlio Mossin, disse que o seu cliente não poderia ser preso, devido a uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que garantiria a sua liberdade. Rovani também foi preso na primeira etapa da Operação Sevandija. A advogada da prefeita, Maria Claudia Seixas, foi procurada pela reportagem, mas não retornou as ligações. Os advogados dos outros presos não foram localizados.