Em uma das delações mais bombásticas até agora na Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro e até pouco tempo atrás homem de confiança dos caciques do PMDB, Sérgio Machado relevou a 'romaria' de políticos, da esquerda à direita, que o procuraram na estatal para pedir 'doações eleitorais' de empreiteiras.
Além de seus padrinhos políticos, que o indicaram ao cargo, o delator listou outros 16 políticos de seis partidos, incluindo o presidente em exercício Michel Temer: PP, PT, PMDB, PC do B, PSDB e DEM
Aos investigadores, contudo, Machado, que já foi líder do PSDB no Senado e também filiado ao PMDB, foi categórico ao afirmar que todas as doações que pedia das empresas não eram lícitas. "Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam, ao procurarem o depoente, não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro", disse.
"Que quando chamava uma empresa para instruí-la a fazer doação oficial a um político, o depoente sabia que isso não era lícito e que a empresa fazia a doação em razão dos contratos que tinha com a Transpetro", segue o delator. Ele disse ainda que tinha o poder de excluir da lista de companhias que podiam ser contratadas pela estatal aquelas que não pagassem propinas.
Todos os políticos citados por Machado negam irregularidades nas doações que receberam.
OS POLÍTICOS QUE FIZERAM 'ROMARIA' PARA PEDIR DINHEIRO A SÉRGIO MACHADO:
MICHEL TEMER E VALDIR RAUPP:
HENRIQUE ALVES:
JOSÉ AGRIPINO E FELIPE MAIA:
GARIBALDI ALVES E WALTER ALVES:
FRANCISCO DORNELLES:
EDSON SANTOS:
JANDIRA FEGHALI E LUIZ SÉRGIO:
CÂNDIDO VACCAREZZA: