Atualizada às 12h19
Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Fausto Macedo e Julia Affonso
A delação do ex-gerente de Serviços da Petrobrás Pedro Barusco provocou a deflagração da My Way, nona etapa da Operação Lava Jato. Barusco foi braço direito do ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, alvo da investigação da Procuradoria da República e da Polícia Federal sobre esquema de propinas e corrupção na Petrobrás.
Ele revelou como funcionava o amplo esquema de desvios. Seus depoimentos ocorreram entre novembro e dezembro do ano passado. O ex-gerente apontou os nomes dos onze operadores de propinas, entre eles o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Barusco é a alma da My Way.
O ex-gerente entregou à força tarefa da Lava Jato um mapa de 90 contratos onde teria ocorrido pagamento de comissões. Apontou nomes de beneficiários, porcentuais de propinas, números de contas e nomes de instituições bancárias. Ele indicou inclusive conta por meio da qual Vaccari teria operado valores ilícitos.
Barusco citou a Arxo Industrial do Brasil Ltda, que se anuncia líder na fabricação de tanques para combustíveis. Das 26 empresas que ele apontou como integrantes do esquema My Way a maioria é de fachada. Elas foram usadas para fazer circular dinheiro ilícito por meio de emissão de notas fiscais sobre serviços e consultorias não realizados. Em um único endereço em São Paulo 'funcionavam' sete empresas do esquema My Way, como Barusco chamava Renato Duque.
O ex-diretor de Serviços, indicado pelo PT, é alvo da investigação. Ele foi preso em novembro, mas o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar Renato Duque ao acolher liminar em habeas corpus.
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