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Delação era oportunidade de 'limpar passado', diz dono da Carioca

Ricardo Pernambuco Júnior, em sua colaboração premiada, apontou R$ 52 milhões de propina ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre operações do FI-FGTS e repasse de R$ 1 milhão, em 2011, ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto para ‘inclusão da empresa na lista de convidadas de obras da Petrobrás’

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Atualização:

 

 

Um dos delatores da Operação Lava Jato, o empresário Ricardo Pernambuco Júnior afirmou que decidiu fechar acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato para 'limpar o passado'. Em seus depoimentos, o dono da Carioca Engenharia apontou R$ 52 milhões de propina ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre operações do FI-FGTS e repasse de R$ 1 milhão, em 2011, em 'espécie'ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto para 'inclusão da empresa na lista de convidadas de obras da Petrobrás'.

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Pernambuco Júnior declarou à Lava Jato que 'a iniciativa de procurar o Ministério Público Federal se deu porque, a partir de novembro de 2014, com a fase da Lava Jato de maior publicidade, envolvendo as empreiteiras, o depoente ficou muito preocupado com os destinos da Carioca'. O empreiteiro relatou que a partir daquele momento entendeu que era necessário abrir uma investigação interna na empresa 'para que se pudesse, de alguma maneira, fazer um levantamento de todas as irregularidades'.

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"O depoente levou esse incômodo e essa sua decisão a seu pai; que então tiveram uma conversa muito franca e, em vista do momento, o depoente entendia que era a oportunidade de a Carioca limpar o seu passado e traçar um caminho brilhante para o futuro", afirmou Pernambuco Júnior.

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As informações prestadas pelo empreiteiro constam de seu termo de colaboração número 1, de outubro de 2015. Os depoimentos foram anexados aos autos da Lava Jato na ultima sexta-feira, 1.

"Ao tomar a decisão de colaborar com a Justiça, o depoente convenceu seu pai, mostrando que havia uma perspectiva de mudança no País e que era o momento de a Carioca deixar o passado para trás, "virar uma página" e construir uma história de sucesso sem que houvesse qualquer ilícito pela frente; que a colaboração foi vista nesta ideia de preparar a empresa para um futuro bem mais consistente", disse.

O empresário disse que o pai, Ricardo Pernambuco, aceitou a decisão, 'entendendo que esta era realmente a atitude mais louvável'. Pernambuco Júnior afirmou que, então, contrataram um escritório de advocacia para fazer uma investigação e uma auditoria interna.

"Esta investigação interna, feita por este escritório independente, levantou diversas informações que serão apresentadas ao Ministério Público e à Justiça; que houve diversas reuniões, buscas internas, busca de extratos nas contas no exterior do pai do depoente, em síntese, um trabalho bastante rigoroso e profundo de busca de tais elementos", disse.

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