O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou em sua delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que o pecuarista José Carlos Bumlai - preso desde novembro de 2015 em Curitiba, pela Operação Lava Jato - foi responsável pelas obras do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP) tratado pelos amigos como "o sítio do Lula".
"O depoente ouvia de José Carlos Bumlai e de Maurício Bumlai que, ao tratarem do sítio em Atibaia/SP, diziam expressamente que estavam 'indo ao sitio do Lula'; de igual maneira, Zéca do PT também relatou ao depoente que passava os fins de semana 'no sitio do Lula', também se referindo aquele de Atibaia", registra a Procuradoria Geral da República, que fechou acordo com Delcídio de colaboração premiada.
Bumlai, segundo o delator, seria "quem resolvia os problemas da família de Lula". "Quando algum (problema) aparecia, ele era chamado para solucioná-lo."
Lula é investigado pela força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, em três frentes principais. Uma apura ilícitos na compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, registrado em nome de sócios do filho e com benfeitorias realizadas por empresas do cartel acusados de corrupção na Petrobrás. A segunda envolve a compra e a reforma do tríplex no Edifício Solaris, no Guarujá (SP) e a terceira as doações e pagamentos feitos para o Instituto Lula e a empresa LILS Palestras, Eventos, do ex-presidente.
Delcídio afirmou que em relação ao sítio de Atibaia "vinculado ao ex-presidente Lula", sabe "que seria construído da mesma forma que o Instituto Lula".
O senador afirmou que tanto Bumlai, como outro amigo de o ex-presidente, o ex-governador do Mato Grosso do Sul, Zéca do PT, falavam sobre seus finais de semana no "sítio do Lula".
Delcídio contou que Zéca do PT e Lula "são amigos próximos, da mesma forma que suas respectivas esposas". "Então, sempre entendeu que o sitio era do ex-presidente Lula", afirmou o delator, lembrando que Bumlai e seu filho chegaram "a contratar engenheiro para elaborar o projeto e responsabilizar-se pela construção do sítio", registrou a PGR no termo de delação número 7.