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Defesa diz a Moro que Palocci é inocente e pede sua absolvição sumária

Em resposta à acusação, advogados do ex-ministro dos Governos Lula e Dilma, preso na Lava Jato, não admitem acusação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

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Foto do author Fausto Macedo
Por Ricardo Brandt , Julia Affonso , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:

Antonio Palocci. Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

A defesa do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) 'não reconhece a competência e a imparcialidade' do juiz Sérgio Moro. Em resposta à acusação contra Palocci, os advogados do petista e de um ex-assessor dele, Branislav Kontic - ambos foram presos na Operação Lava Jato - sustentam que não existe 'o mínimo de indícios que vinculem os acusados aos fatos narrados na acusação'. Eles pedem 'a rejeição da denúncia' - Palocci e Kontic são réus de Moro por corrupção e lavagem de dinheiro.

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DEFESA DE PALOCCI

Segundo o Ministério Público Federal, Palocci teria recebido R$ 128 milhões em propinas da empreiteira Odebrecht que o ex-ministro teria favorecido por meio de lobby pela Medida Provisória 460. A defesa refuta.

"Chama-se como exemplo acabado desse colapso indiciário o literal desabamento da acusação consubstanciada no fato de que teria (Palocci) 'trabalhado' em prol da aprovação de emendas parlamentares à Medida Provisória 460 - MP do IPI-PRÊMIO - no Congresso Nacional. Esse diploma legislativo destinar-se-ia a favorecer o grupo empresarial Odebrecht e, por isso, teria havido contrapartida em vantagens indevidas. Tal versão, cerebrina, foi totalmente desmoralizada pela prova documental, confirmatória do protesto de inocência, extraída de fontes abertas e também das oficiais do Parlamento brasileiro, site da Câmara dos Deputados, demonstrativa de que, como deputado federal, votara Antonio Palocci Filho contra a aprovação do indigitado texto legislativo."

A defesa afirma que 'aprovadas pela maioria e contra seu sufrágio parlamentar, as emendas agregadas foram, ao depois e com seu declarado empenho, vetadas pela Presidência da República'.

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"Isso demonstrado, simplesmente varreu-se para baixo do tapete investigatório a falaz vertente e nunca mais desse assunto se falou nos autos..."

"Há como se reputarem idôneas investigações desse quilate? Só mesmo querendo e, mesmo assim, é preciso se querer muito...", insiste a defesa.

Um trecho da peça de 178 páginas é dedicado ao ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS), delator da Lava Jato. Os advogados de Palocci classificam Delcídio de 'colaborador de plantão' e 'coringa para qualquer jogo de delação'.

A defesa arrolou quinze testemunhas, entre empresários e políticos - Murilo Portugal, Fábio Colletti Barbosa, Jorge Gerdau Johannpeter, José Eduardo Cardozo, Jorge Viana, Arlindo Chinaglia, Francisco Dornelles, Eduardo Guimarães, Lázaro Brandão, Armando Monteiro, Miro Teixeira, Lindbergh Farias, Eduardo Suplicy, José Sérgio Gabrielli e Paulo Pimenta

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