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Defesa de Charles, ex-assessor de Palocci, diz que delatores mentem

Advogada Danyelle Galvão afirma que Charles Capella de Abreu 'nunca arrecadou valores para partidos políticos'; PF cancelou depoimento

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Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo , Ricardo Brandt e Julia Affonso
Atualização:

Foto de Charles Capella de Abreu, ex-assessor da Casa Civil e das campanhas presidenciais do PT em 2010 e 2014, mostrada pela PF para delator da Lava Jato / Reprodução Foto: Estadão

A Polícia Federal cancelou o depoimento de Charles Capella de Abreu, ex-assessor da Casa Civil. Citado na delação do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, como envolvido em recebimento de R$ 2 milhões para a campanha de Dilma Rousseff em 2010, Charles iria depor nesta quinta-feira, 12, em Curitiba, sede da Operação Lava Jato. Mas a audiência foi suspensa.

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Os R$ 2 milhões teriam sido solicitados pelo ex-ministro Antonio Palocci, coordenador-geral da campanha da petista naquele ano. A solicitação, segundo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, teria sido feita via doleiro Alberto Youssef.

Em nota, a advogada Danyelle Galvão, que representa Charles, rebateu enfaticamente as suspeitas sobre o ex-assessor da Casa Civil e atacou os delatores Fernando Baiano, Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa

"As acusações feitas pelos delatores são falsas e mentirosas, pois não conhece nem nunca esteve com Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa ou Fernando "Baiano". Ainda, esclarece que nunca arrecadou valores para partidos políticos ou campanhas eleitorais, tampouco esteve no hotel mencionado pelo delator", afirmou a advogada, aqui em referência a Youssef, que declarou ter realizado a entrega dos R$ 2 milhões no Hotel BlueTree em São Paulo.

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A PF mostrou uma foto de Charles Capella de Abreu para Youssef para saber se poderia ser ele o emissário que recebeu o dinheiro da propina da Petrobrás. "Reconhece como sendo possível que a foto seja de tal pessoa referida acima, para a qual entregou os R$ 2 milhões em notas cuja maioria (cerca de 85%) eram em cédulas de R$ 100,00 por ordem de Paulo Roberto Costa", registra o depoimento de Youssef. Em termos de probabilidade, o doleiro disse acreditar que tenha "70% a 80% de certeza" se tratar da mesma pessoa.

Danyelle Galvão informou que Charles trabalhou na campanha de Dilma Rousseff em 2010, 'tendo como função o apoio à organização das estruturas necessárias para o funcionamento diário do comitê em Brasília e dos eventos em que a candidata compareceria'.

A advogada é taxativa. "Charles nunca foi chefe de gabinete do então ministro Palocci, tendo exercido apenas a função de assessoria da Casa Civil no período em que Palocci esteve à frente da pasta."

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