Paulo Roberto Netto
23 de fevereiro de 2021 | 15h03
A Defensoria Pública do Maranhão voltou a pedir à Justiça novas medidas restritivas no Estado para conter o avanço da pandemia. Em petição encaminhada no último dia 18, os defensores buscam ainda manter a proibição de festas em bares e restaurantes, decretada durante o Carnaval pelo Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.
A proibição de eventos durante o Carnaval foi determinada após reunião entre a Defensoria Pública, integrantes do governo do Estado e representantes dos municípios maranhenses. O encontrou foi agendado após os defensores acionarem a Justiça por um lockdown de 14 dias como forma de frear a propagação de covid e reduzir as taxas de ocupação dos leitos de UTI destinados à doença.
A suspensão de festas foi mantida até a sexta passada, 18, mas os índices não abaixaram. Naquele dia, o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde apontou que a ocupação de leitos de UTI em Grande Ilha e Imperatriz, estão em 82% e 87%, respectivamente. Os dois polos regionais recebem pacientes de todo o Estado.
“Isso porque, como já narrado na inicial, o ritmo de contágio é muito mais rápido do que o ritmo de criação de leitos, e, por isso, não há nenhuma pesquisa científica séria no mundo que atrela a variante de ocupação de leitos à diminuição de contágio do coronavírus”, apontam os defensores. “A única formula que a ciência atesta como capaz de reduzir a contaminação do vírus é a diminuição de contato entre as pessoas, o que se dá através do distanciamento social e medidas de higiene rígidas”.
A peça é assinada pelos defensores Clarice Viana Binda, titular do núcleo de Direitos Humanos; Cosmo Sobral da Silva, titular do núcleo de Defesa da Saúde, da Pessoa com Deficiência e da Pessoa Idosa; e Diego Carvalho Bugs, defensor do núcleo regional da Raposa.
Defensores pedem lockdown para conter avanço da covid; Flávio Dino descarta medida e diz que situação está ‘sob controle’. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Entre os pedidos levados à Justiça estão a limitação do funcionamento do transporte público urbano à limitação de assentos nos ônibus, a redução de 50% dos passageiros dos ferry boats e a fiscalização efetiva do cumprimento de medidas de distanciamento social.
No início do mês, o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) descartou a possibilidade de decretar um lockdown por considerar que a situação epidemiológica do Estado está ‘sob controle’. “Claro, com indicadores preocupantes, mas não temos uma situação de colapso que justifique uma medida extrema”, afirmou a jornalistas.
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