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Covid-19 abre caminho para gestão de ativos judiciais

Por Rodrigo Valverde
Atualização:
Rodrigo Valverde. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O Goldman Sachs, um dos maiores bancos dos EUA, sendo um dos principais atores do mercado mundial, atualizou suas previsões econômicas para 2020, em que a recessão atacará fortemente Brasil, México e América Latina. O Produto Interno Bruno (PIB) brasileiro, previsto para ter crescimento de 1,5% em 2020, agora terá variação negativa de 0,9%. Veja: não só não vamos crescer, como vamos encolher. É muita coisa para uma economia de R$7 trilhões. A produtividade na China caiu 30% durante o período de quarentena. De acordo com a projeção, considerada otimista, de Luiz Bresser Pereira, a China terá uma queda de 8% no seu PIB até o final do ano.

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Não é a primeira vez que o mundo passa por uma pandemia. A peste bubônica no século XIV matou 25 milhões de pessoas, de uma população estimada em 100 milhões. Em 1920, a pandemia de influenza já fez 50 milhões de vítimas. Em 2009, a gripe aviária foi responsável pela morte de 575 mil pessoas. O ebola, de 2014 a 2016, resultou em mais de 11 mil mortes. Curioso, porém, é analisar a definição de pandemia, que está relacionado ao surgimento uma nova doença, ao mesmo tempo, em vários lugares do mundo, como nos exemplos citados acima. É, portanto, principalmente uma relação geográfica que enseja a classificação, não necessariamente uma relação de gravidade.

No entanto, por não saber exatamente como lidar com a pandemia que está ganhando status de "guerra mundial", a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda isolamento social em casa pela maior parcela da população possível, permitindo o funcionamento somente de serviços essenciais. Se, por um lado, essa medida deve ajudar a impedir que o vírus se espalhe e permitir que os especialistas encontrem tratamento, por outro, conduz a um desafio econômico também similar a um pós-guerra. Muitos economistas dizem que possivelmente sobreviveremos ao coronavírus, mas resta a dúvida: e a recessão a seguir?

Com o comércio fechado em decorrência da quarentena decretada por estados e municípios, muitas empresas passarão a ter faturamento nulo e as contas continuarão chegando. A falta de liquidez pode trazer consequências muito danosas à economia e à sociedade em geral. Quem irá comprar um apartamento agora? Quem irá comprar o carro que você colocou à venda?

Em um cenário de incertezas, existem pessoas físicas e jurídicas que possuem ativos judiciais que, em decorrência da suspensão das atividades do Poder Judiciário, irão esperar ainda mais tempo para receber esses valores. Neste contexto, o mercado de gestão de ativos judiciais tem sido cada vez mais procurado como uma alternativa para levantar recursos no mercado e para livrar do ativo judicial.

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Enquanto a concessão de crédito cai neste momento conturbado com os bancos elevando taxas e as condições mais rígidas para a liberação do dinheiro, o olhar do gestor para passivos judiciais pode auxiliar no processo de superação desta crise.

Neste ambiente de incertezas em que a sociedade necessita cada vez mais de fontes de financiamento e formas para levantar recursos no mercado, as lawtechs estão olhando não somente os casos mais vultosos como também os processos com valores mais baixos. O objetivo é justamente atender a população que mais precisa. Além disso, sensibilizadas e mesmo comprometendo seus caixas, estas empresas estão dispostas a buscar alternativas empresariais que apoiem a população.

Alternativa é a palavra da vez e continuará sendo por um bom tempo. Seja para passar por esse período, seja para florescer a economia da nação depois.

*Rodrigo Valverde, sócio da Pro Solutti Capital

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