A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça marcou data para analisar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o governador Wilson Lima por irregularidades na compra de respiradores para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. O colegiado integrado pelos 15 ministros mais antigos da corte vai decidir se coloca o chefe do Executivo do Amazonas no banco dos réus em sessão extraordinária no dia 20 de setembro, com início marcado para as 9h.
A denúncia contra Wilson Lima e outras 16 pessoas, entre elas o vice-governador, Carlos Almeida, foi enviada ao Superior Tribunal de Justiça na véspera do início dos trabalhos da CPI da Covid. A peça de 186 páginas apresenta mensagens, tabelas e notas fiscais como provas para os crimes de peculato, dispensa indevida de licitação e fraude à licitação.
As compras de respiradores foram alvos da Operação Sangria. Um dos contratos investigados envolveu a aquisição de 28 equipamentos pelo Estado de uma importadora de vinhos. A Procuradoria aponta um prejuízo total aos cofres públicos de R$2.198.419,88.
À Wilson Lima foi atribuído o papel de liderança do grupo investigado. Segundo a PGR, ele era responsável pela 'direção das ações dos integrantes da organização criminosa', que 'sempre agiam sob as ordens do governador e no interesse desse'.
"Não apenas tinha pleno conhecimento de todos os atos que vinham sendo praticados em relação à aquisição de respiradores, como interferiu diretamente para que os atos fossem praticados", diz a denúncia.