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Corrupção de Cabral abalou força do Estado contra crise, afirma juiz

Para Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal, esquema implantado por ex-governador reduziu legitimidade do poder público no combate ao declínio econômico que golpeou o Rio

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Foto do author Julia Affonso
Por Luiz Vassallo , Wilson Tosta , Constança Rezende e Julia Affonso
Atualização:
 Foto: Estadão

Ao condenar o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) a 45 anos e 2 meses de prisão, o juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal, disse ver uma diminuição da legitimidade das autoridades do Estado no combate à crise em razão dos episódios de corrupção envolvendo o peemedebista e seus aliados.

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Segundo a denúncia da Procuradoria da República, acolhida pelo juiz Bretas, o peemedebista, apontado como líder de organização criminosa, cobrava 5% de propinas sobre o valor de obras da empreiteira Andrade Gutierrez.

O Ministério Público Federal do Rio aponta que a construtora era uma das beneficiadas dos esquemas do ex-governador.

Entre as obras em que teria havido propinas, estão a expansão do Metrô em Copacabana, a reforma do estádio do Maracanã para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e para a Copa do Mundo de 2014, a construção do Mergulhão de Caxias, a urbanização do Complexo de Manguinhos, com recursos do Programa de Aceleração de Crescimento, o PAC, do governo federal, e o Arco Metropolitano.

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Em razão dos supostos crimes, o magistrado cobra R$ 224 milhões a serem ressarcidos solidariamente pelos condenados na ação.

O ex-governador é considerado pelo juiz federal como o 'principal idealizador' dos esquemas ilícitos e 'grande fiador das práticas corruptas' da organização criminosa que supostamente lidera.

"Ainda que não se possa afirmar que o comportamento deste condenado seja o responsável pela excepcional crise econômica vivenciada por este estado, é indubitável que os episódios de corrupção tratados nestes autos diminuíram significativamente a legitimidade das autoridades estaduais na busca para a solução da crise atual. Finalmente, o comportamento dos lesados, União e Estado do Rio de Janeiro, não interferem nesta dosimetria", anotou Bretas.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO RENATO DE MORAES, QUE DEFENDE ADRIANA ANCELMO

A defesa de Adriana Ancelmo, inconformada com a sentença, dela irá recorrer, assim que intimada pelos meios processuais pertinentes, uma vez que os argumentos levantados em alegações finais, que conduziriam à sua absolvição, foram ignorados pelo juiz.

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COM A PALAVRA, RODRIGO ROCA, QUE DEFENDE SÉRGIO CABRAL

"Vamos recorrer. Sabemos que o juiz Marcelo Bretas, que já não tem imparcialidade para julgar nenhuma causa do ex-governador, vai condenar. De maneira que nós estamos preparando os recursos para os órgãos de jurisdição superior. A gente sabe que o juiz Marcelo Bretas vai condenar em tudo, porque justamente não tem mais a imparcialidade necessária para julgar nenhuma causa do Sérgio Cabral.O Tribunal ainda não decidiu sobre nosso pedido de afastamento do juiz das causas."

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