O coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, velho amigo e aliado do ex-presidente Michel Temer, está livre. Ele deixou o Presídio Militar Romão Gomes, na zona Norte da capital paulista, por volta de 14h.
Coronel Lima estava preso desde quinta, 9, por ordem do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, no Rio. Ao oficial da reserva, a força-tarefa do Ministério Público Federal atribui o papel de 'operador financeiro' do ex-presidente.
Os procuradores afirmam que coronel Lima repassou propinas a Temer sobre contratos de obras da usina de Angra 3.
Nesta terça, 14, coronel Lima foi beneficiado pela decisão do Superior Tribunal de Justiça que acolheu pedido de habeas corpus. Seu amigo Temer também foi solto - o ex-presidente estava ocupando sala de Estado Maior no Comando de Policiamento de Choque da Polícia Militar, no bairro da Luz, região central da capital paulista.
Coronel Lima nega taxativamente, por meio de seus advogados, Maurício Silva Leite e Cristiano Benzota, qualquer ligação com desvios de recursos públicos.
Assim como Temer, o coronel terá de submeter a restrições impostas pelos ministros do STJ, como proibição de deixar o País e entrega obrigatória do passaporte. Ele também não poderá se comunicar com outros investigados da Operação Descontaminação, inclusive o velho amigo.
COM A PALAVRA, A DEFESA DE CORONEL LIMA
O advogado Maurício Silva Leite, defensor de João Baptista Lima Filho, afirmou que o STJ reafirmou seu compromisso com a Lei e com a Constituição Federal. A decisão é de extrema importância pois prestigia a presunção à inocência do acusado, bem como permite o exercício da sua defesa de maneira ampla e efetiva, como sempre deve ser no Estado Democrático de Direito.