Rodrigo Sampaio, Especial para o Estado
19 de junho de 2020 | 05h00
Visando combater erros e irregularidades no pagamento do Auxílio Emergencial a Controladoria-Geral da União (CGU) cruzou informações da base de dados do benefício, concedido pelo governo por conta da pandemia do novo coronavírus, com informações disponíveis pela União e constatou que, somente no mês de maio, R$ 222.987.000,00 foram pagos de forma indevida. Ao todo, 317.163 pagamentos a agentes públicos de 23 estados, cujos CPFs foram incluídos para o recebimento do auxílio, foram realizados.
De acordo com a controladoria, a esfera federal conta com 7.236 pagamentos a beneficiários que constam como agentes públicos federais com vínculo ativo no Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape) e 17.551 pagamentos a CPFs que constam como servidores militares da União, ativos ou inativos, ou pensionistas. Já nas esferas estadual, distrital e municipal, foram identificados 292.376 pagamentos a agentes públicos, ativos, inativos e pensionistas.
O órgão destaca que pela forma como é realizada a operacionalização do benefício, é possível que os servidores não tenham feito solicitação para o seu recebimento, mas que tenham sido incluídos como beneficiários do Auxílio Emergencial de forma automática por estarem no Cadastro Único para programas sociais ou por serem beneficiários do Programa Bolsa Família. Há também a possibilidade de que o CPF tenha sido inserido como solicitante do auxílio de forma indevida por outra pessoa e não necessariamente pelo próprio servidor.
Análise da CGU apontou valores acima dos R$ 200 milhões pagos indevidamente
Ainda de acordo com a controladoria, o trabalho busca dar suporte às ações e decisões do Ministério da Cidadania, e é fruto de um acordo de cooperação técnica firmado em abril. O órgão destaca a importância de parcerias com estados e municípios para a obtenção das informações, sobretudo o acesso às folhas de pagamento dos servidores públicos.
Até o momento, 58,6 milhões de brasileiros já receberam o auxílio, que tem um custo mensal de R$ 51,5 bilhões aos cofres do governo. Atualmente, o Ministério da Economia estuda estender o pagamento por mais dois meses, mas com um valor de R$ 300 mensais.
O benefício do Auxílio Emergencial é destinado a trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais e desempregados. Será preciso, ainda, se enquadrar em uma das condições abaixo:
Além disso, todos os beneficiários deverão preencher as seguintes condições de forma cumulativa:
Valor do benefício: três parcelas de R$ 600,00, pagas em dobro (R$ 1.200,00) em caso de mulher chefe de família.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.