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Contarato pede ao Supremo que obrigue governo a incluir homens gays como doadores de sangue

Senador enviou reclamação entrou com pedido de reclamação constitucional na tarde desta terça-feira, 9. Após um mês do julgamento, Ministério da Saúde e Anvisa ainda não cumpriram decisão

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Por Redação
Atualização:

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) entrou com uma reclamação constitucional junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta terça-feira, 9, pedindo para que seja cumprida imediatamente a decisão do plenário que declarou inconstitucional o conjunto de normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde de excluir homens que tiveram relações sexuais com outros homens nos últimos 12 meses. Apesar do julgamento -- que tramitava na Suprema Corte desde 2016 -- ter sido finalizado no dia 8 de maio, os órgãos orientaram todos os laboratórios do país a não cumprirem a decisão "total" do caso, que ainda não teve o acórdão publicado.

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"O entendimento representa claro avanço nos direitos da população homoafetiva e, ainda, necessário socorro aos bancos de sangue em momento de emergência de saúde internacional decorrente da covid-19. Vale observar que o Diretor-Geral da Anvisa foi informado com urgência acerca da decisão proferida pelo Pleno da Corte, por meio do ofício eletrônico n.º 6146/2020, consoante documento anexo. Referido ato viola, portanto, diretamente a autoridade desta corte, devendo ser imediatamente emitida orientação em sentido contrário", diz o documento enviado por Contarato ao presidente do STF Dias Toffoli. 

Fabiano Contarato. FOTO: GABRIEL LORDELLO/ESTADÃO Foto: Estadão

Em um dos trechos do documento, Contarato também alegou que o descumprimento da decisão por parte do Ministério da Saúde e da Anvisa viola a autoridade emanada pelo STF. "Conforme bem anotou o Min. Edson Fachin em seu voto condutor na ADI 5543, 'muito sangue tem sido derramado em nome de preconceitos que não se sustentam'. No caso dos autos, o ato administrativo impugnado viola a autoridade desse Tribunal às custas de milhares de vidas que podem ser salvas imediatamente, antes mesmo do trânsito em julgado da referida ação."

Ainda que a decisão não tenha sido publicada, integrantes do STF afirmaram que a mesma já é válida desde a publicação da ata do julgamento, realizado no dia 22 de maio, conforme a jurisprudência da Corte. Desta forma, os posicionamentos de ambos os órgãos de saúde configuram descumprimento da decisão judicial.

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Um documento enviado aos órgãos pelo STF em 18 de maio, três dias após a demissão de Nelson Teich, já havia pontuado sobre a inconstitucionalidade das regras. Atualmente a pasta é conduzida interinamente pelo General Eduardo Pazuello.

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