Não haverá incremento econômico sustentável sem que esta revisão seja feita, pois o equilíbrio sobre a corrupção não é mais aceitável e a segurança jurídica baseada num Estado mais próximo das democracias sociais consolidadas poderá surgir no Brasil, caso ocorra a revisão proposta. Os investidores internacionais com capitais de longo prazo não investirão mais no Brasil sem que a crise institucional seja debelada, pois perdemos o grau de investimento e os fundos internacionais sérios, em função de regras de governança sólidas, não podem colocar dinheiro no país. Da mesma forma, os empresários brasileiros, atônitos com a mudança de paradigma, também perderam o rumo e não investirão enquanto o horizonte estiver nebuloso.
O governo Temer ou qualquer outro que assuma em seu lugar nos próximos meses, além das reformas de conteúdo econômico, deixaria um grande legado para o país se abrisse esta discussão com a sociedade civil.
* Max Telesca é secretário-executivo do Instituto de Popularização do Direito (IPOD), advogado e autor do romance "2038: A instituição da cleptocracia num futuro não muito distante"