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Compliance: oportunidade para o Brasil que surge das mazelas da corrupção

Diante dos escândalos deflagrados por investigações federais e das constantes mudanças no ambiente regulatório, as empresas passaram a adotar posturas mais rígidas de combate à corrupção. Práticas ilegais no mundo empresarial têm sido cada vez menos toleradas no país. Nesse cenário, ganha força o papel do compliance nas corporações.

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Por Paulo Sérgio Suzart
Atualização:

O mercado financeiro foi o primeiro setor a exigir a regulamentação das empresas para obter credibilidade dos investidores e dar segurança às ações. Depois disso, na década de 1990, diversas organizações públicas e privadas passaram a adotar o compliance como uma de suas regras primárias e essenciais para a transparência das atividades.

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Com a Lei Anticorrupção em vigor, empresas que praticam irregularidades podem ser punidas, em até 20% do faturamento. Contudo, as sanções podem ser diminuídas se a empresa comprovar que adota técnicas de combate à corrupção, como treinamento, investigações internas e canais de denúncia. Mas, a ideia, no entanto, é evitar que se chegue a uma situação extrema.

Por isso, as corporações envolvidas com corrupção entenderam que o caminho é a prevenção para evitar prejuízos bilionários, muitas vezes, irreversíveis para a imagem da instituição.

O compliance assume, então, uma relevante importância nesse cenário, ainda impregnado de práticas discutíveis e que acaba atuando de forma a realçar valores morais e de correção das empresas no Brasil e no mundo.

A procura por programas de integridade e de governança corporativa aumenta a cada dia. Algo relativamente novo no Brasil, e sem dúvida uma oportunidade de negócio além de maior atratividade de investimentos em nosso país.

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Nesse contexto, a carreira de compliace também ganha destaque. Consultorias de recrutamento apontam a profissão como a mais promissora para este ano.

A valorização do especialista em compliance depende da atuação respeitosa dos limites de cada um. Não é uma profissão fácil, mas o sucesso vai ocorrer desde que o profissional aja com responsabilidade dentro dos limites legais, sem abuso de suas funções, pois ser compliance não significa estar acima de ninguém.

Pelo contrário. É preciso ter equilíbrio e inteligência emocional, mas, além disso, para atuar nesse contexto de prevenção e combate a crises, é de fundamental importância estar capacitado. E agir de forma técnica e objetiva.

Todos saem ganhando nessa onda de combate a corrupção. De todos os males causados no Brasil, nos últimos anos, pelo excesso de atos irregulares promovidos pelas instituições, pelo menos, um ponto positivo deve ser destacado: a mudança de cultura que começou a ser introduzida.

É, certamente, o início de um ciclo que tende a ser perpetuado e estimulado, em uma sociedade cansada e calejada, que roga por novos ares e com condutas mais corretas. É preciso prevenir, combater e agir. Só assim teremos um país próspero e mais atrativo.

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*Paulo Suzart é consultor em Compliance e instrutor da ComplianceNet (www.compliancenet.com.br)

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