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Como na Lava Jato, delações alavancam nova fase da Caça-Fantasmas

Agentes públicos envolvidos em corrupção na Câmara de Osasco decidem colaborar com a Promotoria para se livrar da prisão; a partir de suas confissões, Promotoria pediu a prisão de 14 vereadores

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Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo , Julia Affonso e Mateus Coutinho
Atualização:

Câmara Municipal de Osasco. Foto: Câmara de Osasco

Seguindo o modelo consagrado na Lava Jato, em que a delação premiada dá sustentação às principais ofensivas da força-tarefa de procuradores da República e delegados federais, a quinta fase da Operação Caça-Fantasmas, deflagrada nesta terça-feira, 6, culminou com a ordem de prisão de 14 vereadores do município de Osasco, na Grande São Paulo, a partir das revelações de delatores.

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Quatro agentes públicos envolvidos nos desvios de R$ 21 milhões dos cofres públicos, fecharam acordo de colaboração com o Ministério Público do Estado, confessaram crimes, apontaram a participação direta dos vereadores em fraudes e já devolveram R$ 200 mil aos cofres públicos.

A Caça-Fantasma é uma investigação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Osasco. Os promotores do Gaeco são especialistas no combate à corrupção e às organizações estruturadas do crime na administração pública.

Com base em pedido dos promotores do Gaeco, a 2.ª Vara Criminal de Osasco decretou a prisão preventiva dos 14 vereadores e autorizou 15 mandados de busca e apreensão.

O Núcleo de Comunicação Social do Ministério Público de São Paulo informou que até agora, onze parlamentares foram presos.

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A quinta fase da Caça-Fantasma mobiliza um efetivo de 15 promotores de Justiça para cumprimento dos mandados. A Polícia Militar apoia a operação com um efetivo de 80 homens.

Desde que foi deflagrada, em agosto de 2015, a operação investigou um esquema fraudulento para a contratação de funcionários fantasmas na Câmara Municipal de Osasco.

O Ministério Público já ofereceu denúncia contra 14 vereadores, de 11 partidos diferentes, e 205 assessores fantasmas pela prática de organização criminosa e estelionato, 'em estruturada organização criminosa voltada para a lesar os cofres públicos'. Até aqui, os promotores identificaram o desvio de R$ 21 milhões.

A Justiça determinou o afastamento do cargo público de todos os assessores denunciados.

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