A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, defendeu enfaticamente nesta quinta-feira, 20, a liberdade de informação. Em palestra sobre a 'liberdade de expressão na comunicação tecnológica', Cármen foi incisiva.
"Como é que os juízes brasileiros, três mil juízes eleitorais, vão dar conta de estar atrás de 80 milhões de twitters falando o tempo todo? Como é que nós vamos decidir sobre isso e tirar do ar? Não adianta, porque no momento seguinte nós dizemos que esse aqui não poderia ter acontecido vão aparecer cem outros. Portanto, é inócua a nossa situação."
"Não há jurisdição para ser exercida sobre isso", disse a ministra, em São Paulo, no X Fórum Aner de Revistas, realizado no auditório da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo.
"A democracia muda a partir dessa mudança de tecnologia pela qual se passa a informação alastrada, permanente, e que não para um segundo."
Cármen foi enfática ao defender a liberdade de imprensa. "A imprensa é livre e não é livre como um poder, é livre até como uma exigência constitucional que, para se garantir o direito à liberdade de informar e do cidadão ser informado para exercer livremente a sua cidadania."
"Não há democracia sem imprensa livre, não há democracia sem liberdade. Ninguém é livre sem ter pleno acesso às informações. E são os senhores jornalistas, a imprensa de uma forma geral, a nossa garantia de que vamos ver sempre as informações livremente prestadas, o direito garantido." Parafraseando o escritor mineiro Fernando Sabino (1923/2004), a ministra disse. "Deixa o Alfredo falar, deixa o povo falar."