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Como a tecnologia diminui os impactos econômicos durante o coronavírus?

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Por Nivaldo Tadeu Marcusso
Atualização:
Nivaldo Tadeu Marcusso. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A pandemia do coronavírus pegou todos desprevenidos. Em poucos meses, a doença saiu da China, epicentro do contágio, e se alastrou pelo mundo. Enquanto o número de mortes aumenta dia após dia, a iniciativa privada e o poder público buscam soluções não só para controlar o sistema de saúde, mas para evitar uma grave crise econômica. Nesse sentido, a tecnologia da informação está sendo crucial para permitir que instituições, órgãos públicos e a sociedade em geral permaneçam conectados a fim de manter as operações, transações e interações remotas disponíveis enquanto a principal recomendação continua sendo o distanciamento social.

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Não é exagero dizer que a preocupação com a covid-19 acelerou a transformação digital tanto no setor privado quanto no público. Afinal, o período de quarentena e isolamento levou ao uso intensivo da infraestrutura de internet para os mais diversos serviços, como saúde e instituições financeiras, principalmente projetos para distribuição de renda à população e microempreendedores. Além disso, houve avanço considerável no uso de big data e inteligência artificial para mapear e rastrear a propagação da doença em cidades e estados, além dos estudos em busca de tratamentos, vacinas e remédios.

Evidentemente que, neste primeiro momento e diante da crise que estamos enfrentando, a adoção de novas tecnologias e a aceleração do processo de digitalização deve enfatizar o investimento em infraestrutura e nos sistemas transacionais. Isso permite garantir a operação das empresas nesta fase emergencial, em que a grande maioria dos processos tem de ser remota, incluindo o trabalho home office e os vários modelos de negócios digitais. O momento é de identificar provedores de serviços de tecnologia, que tenham essas soluções com grande disponibilidade e alto nível de segurança da informação.

Um exemplo é o que o ocorre em alguns serviços da área pública, como saúde, mobilidade e segurança. Eles estão utilizando intensivamente a tecnologia para atender às demandas emergenciais das cidades. As empresas com negócios digitais, por sua vez, precisaram melhorar a infraestrutura de TI e os sistemas transacionais, para manter os serviços em operação, independentemente do distanciamento social dos colaboradores. Segmentos como varejo, indústria, bancos e educação foram impactados diretamente em seus modelos de negócios, e a tecnologia da informação possibilitará que, no final da crise, a digitalização dos negócios seja uma prioridade.

Entretanto, é necessário ressaltar que urgência não pode ser sinônimo de pressa. A transformação digital é um movimento que exige planejamento das empresas para adquirir maturidade em um prazo pré-determinado, bem como a mudança do modelo mental, em função do tipo de negócio e da capacidade da implantação de tecnologias emergentes, com Big data, IA e IoT. Quando uma crise ocorre de forma inesperada e imprevisível, como a do coronavírus, muitas organizações tendem a acelerar o processo de digitalização e, muitas vezes, não estão preparadas para fazer o investimento necessário - da mesma forma que as equipes não estão preparadas para as novas demandas, em função da cultura organizacional e competências necessárias. A iniciativas de cibersegurança devem ser priorizadas para proteger a privacidade dos dados e a segurança das transações.

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A crise da covid-19 vai criar um novo modelo mental em relação necessidade e utilização da tecnologia da informação. Dessa forma, após o encerramento da crise, vai ser um recurso cada vez mais utilizado nos negócios e na aceleração da transformação digital nas empresas. O segmento de educação é um exemplo disso, com a adoção do ensino remoto emergencial e a oferta de cursos a distância, sem as barreiras iniciais de adoção devido às questões de qualidade, formação dos professores e interesse dos alunos. O momento turbulento vai passar, não há dúvidas e sairemos muito mais fortes para os desafios da era pós-covid 19.

*Nivaldo Tadeu Marcusso é coordenador de Pós-graduação Lato Sensu dos cursos de Engenharia e TI do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal)

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