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'Com toda a força da alma'

Geddel Vieira Lima, ora na Papuda, afirmou ao juiz que decretou sua prisão que caso seja solto se compromete a 'não fazer nada' que o leve de novo ao cárcere

Foto do author Luiz Vassallo
Por Luiz Vassallo e Fabio Serapião
Atualização:
Reprodução de depoimento de Geddel em audiência de custódia.  

O ex-ministro dos governos Dilma e Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), disse, nesta quinta-feira, 6, 'assegurar com toda a força da alma' que, caso solto pela Justiça, se compromete a não fazer nada que o leve de novo à prisão e venha a causar 'constrangimento pessoal e moral' pelo qual alega ter passado desde que foi encarcerado.

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A prisão do peemedebista foi decretada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara de Brasília, no âmbito da Operação 'Cui Bono?'. Segundo o Ministério Público Federal, ele é suspeito de embaraçar investigações e de tentar evitar que o doleiro Lúcio Funaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, condenado a 15 anos e quatro meses de prisão na Lava Jato, façam delação premiada.

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"De modo próprio, eu já estava praticamente em prisão domiciliar. Eu não saía mais da minha casa, a não ser para trabalho, das coisas que tinha que cuidar", afirmou.

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O peemedebista ressaltou que tem, 'como único objetivo', fazer com que seu filho 'cresça sustentando meu nome'.

Em audiência de custódia, o juiz Vallisney negou pedido da defesa de Geddel e manteve o ex-ministro preso preventivamente na Papuda.

Geddel foi preso na segunda-feira, 3, sob acusação de tentar obstruir a Operação Lava Jato e, na terça-feira, 4, foi transferido da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para a Penitenciária da Papuda, também na capital federal.

Para o juiz Vallisney, há dois pressupostos para a manutenção da prisão, a ordem pública, por conta da reiterada conduta de Geddel, e as supostas ligações do ex-ministros para a esposa do corretor Lucio Funaro.

Funaro é citado nas delações da J&F como recebedor de um mensalinho de R$ 400 mil,para ficar em silêncio na cadeia. Sua irmã, Roberta, foi flagrada pegando uma mala com este exato valor do diretor de Relações Institucionais da hold, Ricardo Saud e acabou presa, no âmbito da Operação Patmos, no último dia 18 de maio - depois foi colocada em liberdade.

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A detenção de sua irmã pesou na decisão do doleiro de abrir o jogo e assumir crimes em depoimento à Polícia Federal. Ele negocia delação premiada e, em sua última fala à PF, citou, além de Geddel, o presidente Michel Temer.

 

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