A Polícia Federal abriu inquérito para investigar 'fake news' espalhadas na internet com o fim de embaraçar investigações no âmbito da Operação Ouro de Ofir, deflagrada nesta terça-feira, 21, contra supostos articuladores de um golpe que pegou mais de 25 mil pessoas em todo o país. A venda de centenas de toneladas de ouro e a recuperação de letras antigas do Tesouro Nacional estão entre as histórias falsas usadas para ludibriar as vítimas e tomar dinheiro delas a título de investimento com a promessa de retornos estratosféricos.
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Mesmo após a prisão de três pessoas apontadas como líderes da suposta organização, investigados que atuam como braços dos 'cabeças' do grupo permanecem em contato com as vítimas e espalham 'fake news' para convencê-las a manter confiança de que vão receber dinheiro entregue aos falsários.
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Uma notícia aos moldes de um site de notícias de grande circulação tem sido espalhada pelos golpistas por meio de redes sociais com o pretexto de convencer as vítimas de que a Polícia Federal encerrou as investigações.
"Polícia Federal admite erros em Operação Ouro de Ofir, Celso Eder Araújo mostra valores que serão pagos a partir de hoje a investidores", diz o título da falsa matéria. Na linha fina, abaixo da chamada, consta: 'nós erramos, os valores, de fato, existem'.
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Celso Eder Araújo é apontado pelas investigações como o principal cabeça do grupo, que conta ainda com a ajuda de supostos 'correntistas'. Ele é dono da empresa Company, que patrocina a Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul.
"A imagem permitiu que os estelionatários mantivessem seus golpes pela Internet e amealhassem outras vítimas, com propostas de elevadíssimo retorno financeiro resultante de investimentos irrisórios e histórias fantasiosas", afirma a PF.
Segundo a corporação, o site de notícias, em comunicado oficial, esclarece 'que a publicação atribuída ao sítio, onde a manchete informa que a Polícia Federal admite erros na operação Ouro de Ofir e que Celso Eder Araújo mostra valores que serão pagos a partir de hoje a investidores, trata-se na verdade de Fake News.
"Nenhuma reportagem com esse conteúdo foi realizada pelos nossos profissionais."
"Esta informação enviada à PF será anexada ao inquérito como prova, assim como a foto da falsa reportagem, e áudios de diversos grupos de vítimas (investidores) em algumas redes sociais, onde os fraudadores disseminam a informação de que a PF estaria servindo a interesses outros que não à impessoal persecução penal, cometendo, em tese, crimes contra a União no bojo dos crimes de estelionato e contra o sistema financeiro investigados na Operação Ouro de Ofir", afirma a PF.