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Colaboração e inovação, caminhos para o Legislativo

A democracia digital é a nova forma de exercício do poder pela sociedade civil. Ela também é conhecida como democracia participativa, um modelo que mantém a representação e também garante a participação da sociedade civil na tomada de decisão.

Por Luís Kimaid e Vinicius Schurgelies
Atualização:

Ela impulsiona a tomada de decisão no debate público através de ferramentas como a consulta pública e o crowdsourcing, termo ainda sem tradução, mas que sintetiza os procedimentos de qualificação da consulta pública ao receber contribuições de indivíduos que desejem contribuir.

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Tem sido uma importante técnica para qualificação da atividade legislativa. Porém, sua utilização depende de uma característica essencial e inerente ao Poder Legislativo: a busca pelo consenso e a construção de acordos.

O Brasil tem 5.599 Casas Legislativas, entre Câmaras Municipais, Assembleias Estaduais e o Congresso Nacional. São 249 mil servidores, e sua vasta maioria nas Casas Municipais, onde 85% têm apenas de 9 a 11 parlamentares.

O Poder Legislativo tem um papel central na responsividade das demandas por mais participação. A sociedade vivencia a era da velocidade em suas relações sociais.

A interatividade entre os indivíduos com os mandatos assume uma velocidade que as instituições representativas democráticas não foram desenhadas para acompanhar, dado os pesos e contrapesos que resguardam a própria existência de um regime democrático e de garantias individuais.

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Como o objetivo é responder às novas demandas da sociedade, assim como demandas internas de cunho administrativo, o Poder Legislativo tem formado nichos de quadros técnicos responsáveis pelo Estado da Arte de políticas de inovação.

São servidores e mandatos que buscam pensar correlações anteriormente inesperadas, através de seu conhecimento sobre a casa legislativa, sua cultura ética e administrativa, seus processos legislativo e o regimento e a demanda por repensar processos que ampliem ainda mais a representatividade da casa.

Porém, ainda é necessário desenvolver habilidades disruptivas em casas legislativas. Através de ferramentas e a capacitação voltada para a inovação que atenda às suas necessidades.

A busca por inovação será mais representativa se descentralizada,, atendendo demandas locais. Assim, as casas conseguirão repensar sua estrutura e processos, desde a tomada de decisão sobre seu processo legislativo, até uma simples mudança em rotinas burocráticos que suportam a atividade legislativa.

Vejamos o caso Senado Federal, onde uma plataforma de participação, o e-cidadania, consegue atender milhões de cidadãos por ano. Os cidadãos têm liberdade de propor suas ideias e de votar em ideias propostas por outros, para que sejam analisadas pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa.

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Tantos são os exemplos dentro do poder legislativo, que atendem a demanda latente por mais participação e também propiciam a colaboração da sociedade civil em temas cujo conhecimento técnico é essencial.

No caso do Estado de São Paulo, a Assembleia Legislativa desenvolveu um aplicativo que traz mais transparência às atividades do Parlamento e de seus gabinetes.

O Fiscaliza Cidadão é um esforço inédito para responder às demandas da sociedade por mais proximidade. Ele provê informações como os gastos mensais dos gabinetes e sua lista de funcionários e as placas dos veículos oficiais.

As Casas Legislativas Municipais e Estaduais, são a linha de frente da representação política.

Diante de municípios com capacidades administrativas reduzidas, parlamentos estaduais assumem a responsabilidade pela indução de processos de inovação, a exemplo do que já acontece no Poder Executivo com os Consórcios Intermunicipais.

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Nesse sentido, as escolas do legislativo são a pontas de lança para articular redes que compartilhem desafios e soluções, uma vez que são espaços plurais de formação e construção de conhecimento.

O Instituto Legislativo Paulista e a Bússola Eleitoral, em parceria com o Instituto Torus, assinam um protocolo de intenções para a criação e realização de um curso sobre Inovação no Legislativo voltado para os servidores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Quando falamos em Inovação no Legislativo, é necessário entender que a colaboração é um aspecto indissociável, uma vez que disponibiliza conhecimento técnico e comportamental e possibilita a viabilização do processo de inovação.

*Luís Kimaid, cientista político e diretor-presidente da Bússola Eleitoral

Vinicius Schurgelies, administrador público e diretor-presidente do Instituto do Legislativo Paulista.

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