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Coercitiva de Lula foi para sua segurança, afirma procurador

Para Carlos Fernando dos Santos Lima, se a data do depoimento fosse divulgada antecipadamente manifestantes poderiam se mobilizar 'a favor e contra o ex-presidente'; Aletheia, que pegou o petista, provocou protestos, pancadarias e confrontos entre militantes

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Foto do author Andreza Matais
Foto do author Julia Affonso
Por Andreza Matais , Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:

Manifestante é ferido durante protesto em frente à casa do ex-presidente Lula, em São Bernado do Campo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O procurador Regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, disse nesta sexta-feira, 4,que a condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor e liberado- do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi decretada por segurança do próprio petista e de seus familiares.

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O petista é alvo da Operação Aletheia, 24ª fase e ápice da Lava Jato. O entorno da residência do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, do Instituto Lula e o Aeroporto de Congonhas - onde o petista prestou depoimento por quase 4 horas -, foram palco de protestos, pancadarias e confrontos entre militantes do PT e de opositores. A manifestação chegou à porta da Polícia Federal, em Curitiba, base da Lava Jato.

"As conduções foram decretadas pelo dr. Sérgio Moro muito mais em segurança do ex-presidente ou de seus familiares, porque nós sabemos da polarização que existe no País. Para evitar maiores manifestações, evitar que nós tivéssemos que divulgar uma data com antecedência para que as pessoas se mobilizassem a favor e contra e pudessem ocorrer manifestações agressivas entre elas, nós procuramos fazer isso de maneira mais silenciosa possível", afirmou o procurador.

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Protesto na porta da casa do ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

Os mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão foram decretados pelo juiz federal Sérgio Moro, que preside as ações da Lava Jato na 1ª instância, em Curitiba. A condução de Lula foi duramente criticada pela defesa do ex-presidente, pelo PT e por ministros. Miguel Rossetto, do Trabalho e Previdência Social, declarou-se "perplexo e indignado" com a condução coercitiva do ex-presidente Lula na manhã desta sexta-feira.

"O presidente Lula já prestou depoimento e sempre se colocou à disposição das autoridades. Isso não é justiça, isso é uma violência. Rossetto disse ainda que a ação é um claro ataque ao que Lula representa, como uma liderança política e social", disse o ministro.

Protesto em frente ao apartamento de Lula, em São Bernardo do Campo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou, pelo Facebook, que 'se monta uma operação política, um espetáculo midiático em torno do presidente Lula e da sua família'. "Todos os diretórios do Partido dos Trabalhadores nesse momento entrem de vígilia, que a gente possa aguardar o desdobramento do depoimento do Lula e em seguida haverá uma orientação nacional. O momento é de reflexão e mobilização."

Para o Instituto Lula, a ação da Polícia Federal foi violenta, 'com o objetivo de provocar constrangimento público' do ex-presidente.

Segundo o Ministério Público Federal, 'há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobrás por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.

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