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Ciro e Soraya vão ao TSE para tentar impedir campanha de Bolsonaro de usar imagens do discurso na ONU

Candidatos afirmam que presidente usa eventos oficiais para promover campanha à reeleição

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Por Rayssa Motta e Lavínia Kaucz
Atualização:

Presidente Jair Bolsonaro falou nesta terça na Assembleia da ONU. Foto: POOL / AFP

Os candidatos Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União Brasil) pediram nesta terça-feira, 20, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proíba a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar imagens do discurso na 77.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Leia as ações

O TSE já proibiu a campanha bolsonarista de usar registros das comemorações do feriado de 7 de Setembro. Os ministros entenderam que o uso de imagens feitas na cerimônia fere a isonomia em relação aos demais candidatos. Uma decisão provisória do corregedor da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, estendeu a restrição ao discurso feito pelo presidente a apoiadores em Londres no último domingo.

Ciro e Soraya afirmam que há desvio de finalidade na viagem e que Bolsonaro abusou do poder político e econômico. O argumento é o de que o presidente usou o cargo para promover sua campanha à reeleição ao transformar a agenda internacional em "verdadeiro ato de campanha".

"O representado tem se notabilizado pela utilização de eventos a que comparece na condição Chefe de Estado, custeados com recursos públicos e inacessíveis aos demais candidatos, com posterior divulgação em meios oficiais e redes sociais de campanha, para promoção de sua candidatura à reeleição. O desvio de finalidade decorrente do uso da máquina pública em campanha deve ser sancionado por esta Justiça Eleitoral", argumenta Soraya.

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Ciro Gomes diz ainda que o presidente tem vinculado a atuação como chefe de Estado a atos de campanha, o que segundo o pedetista tem potencial para "desequilibrar" a corrida eleitoral.

Agenda internacional

O presidente esteve na Inglaterra acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia para participar do funeral da rainha Elizabeth II. Eles visitaram o caixão da monarca em Westminster Hall.

A comitiva presidencial inclui ainda o ex-secretário de Comunicação do governo e estrategista da campanha Fabio Wajngarten, além dos filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro.

O presidente também discursou a apoiadores na manhã de domingo e, da sacada da residência oficial do embaixador brasileiro em Mayfair, na região central de Londres, disse que "não tem como a gente não ganhar no primeiro turno".

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Durante a viagem, Bolsonaro também divulgou um vídeo comparando o preço da gasolina no Brasil e no Reino Unido. O presidente afirma que o combustível brasileiro é um dos "mais baratos do mundo". Na gravação, ele aparece em um posto na capital britânica, que vendia o litro da gasolina por 1,61 libra (equivalente a cerca de R$ 9,70), e afirma que o valor era "praticamente o dobro da média de muitos Estados do Brasil". A comparação não leva em conta as diferenças de renda entre a população dos dois países.

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Na sequência, Bolsonaro viajou a Nova Iorque para participar da Assembleia Geral da ONU. Em seu discurso, atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto, e criticou os governos petistas.

"No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no País. Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político em e desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões de dólares. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade", disse sem citar nominalmente o ex-presidente.

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