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Ciesp: hora de inovar e crescer

Por José Ricardo Roriz
Atualização:
José Ricardo Roriz. Foto: Divulgação

A indústria de São Paulo está diante do momento mais decisivo e desafiador da sua história. Estamos perdendo relevância na comparação com outros Estados, ao mesmo tempo em que a indústria de transformação desce ao pior nível de participação na economia nacional, desde a Segunda Guerra Mundial.

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A boa notícia é que é possível mudar de rumo e aproveitar o cenário de otimismo e crescimento do pós-pandemia para dar o necessário salto de inovação e competitividade. O primeiro passo é ter uma equipe capaz de liderar as mudanças.

São Paulo tem a segunda maior entidade associativa de industriais do mundo, o Centro das Indústrias de São Paulo (Ciesp). Com cerca de 6.500 associados, o Ciesp representa os verdadeiros conhecedores dos problemas, os industriais que vivem o chão de fábrica. São indústrias de todos os tamanhos, espalhadas por 42 diretorias regionais do Estado. E que na próxima segunda-feira, dia 5 de julho, podem iniciar esse processo de mudança e renovação, com a escolha de uma nova diretoria.

Como candidato a presidente do Ciesp pela Chapa 1, queremos colocar nossa entidade no caminho do crescimento, acabando com a mesmice e retomando o protagonismo da indústria paulista. Há 17 anos, Ciesp e Fiesp têm uma diretoria comum às duas entidades. Há 17 anos, a participação industrial no PIB está em queda. A liderança dessa chapa tem sido monopólio de apenas um setor industrial, o têxtil, extremamente relevante, mas é importante que haja alternância nas casas. E, nesse período, Ciesp e Fiesp serviram a interesses pessoais, partidários e eleitorais, sem que isso gerasse resultados positivos aos industriais. Precisamos aproximar Sesi e Senai das novas demandas das indústrias, valorizando a qualificação dos trabalhadores.

Abrir o Ciesp para a ampla participação dos associados é uma urgência diante da encruzilhada em que se encontra a indústria de transformação em São Paulo. A entidade deve ter diálogo com todos os governos, federal, estadual e municipais. Como consequência de seguidas políticas equivocadas, corremos o risco de não sermos beneficiados, como deveríamos, pela retomada global.

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Existem mais riscos que oportunidades no horizonte imediato. A recuperação da indústria está sendo limitada pelo custo de matérias-primas, numa ponta, e por um mercado de reduzido poder de compra, na outra ponta. E o quadro ficou ainda mais complexo, com a maior crise hídrica em quase um século. São Paulo está entre os seis Estados mais atingidos pela forte estiagem. O custo da energia já aumentou e a falta de chuvas ainda trará outras consequências, com possíveis restrições ao uso da água.

Decisões que poderiam melhorar a competitividade, como a ampla reforma tributária prevista nas PECs 45 ou 110, não andaram como esperado. A indústria de transformação arca com o maior peso da carga tributária, contribuindo com 24,9% do total, mesmo tendo 11,8% de participação no PIB. E ainda sofre com a complexa legislação, que onera as empresas em 1.501 horas anuais de um trabalho contábil nada produtivo, enquanto nossos concorrentes se beneficiam de regras simples e ágeis.

Sem conseguir repassar custos, muitas indústrias estão adiando investimentos, atrasando tributos ou limitando suas linhas a produtos com retorno garantido. É certo que houve algum equilíbrio cambial, o que melhorou a competitividade, mas estamos diante de um ciclo de subida de juros, que compromete parte desse ganho.

Nos próximos dez anos, a indústria será pressionada, pela legislação e pelo mercado, a ser mais tecnológica e sustentável: é a Quarta Revolução Industrial. E ela já começou, com economia circular, de baixo carbono, robotização, internet das coisas, comunicação 5G, cidades inteligentes e muita pesquisa e desenvolvimento. A renovação que a Chapa 1 propõe ao Ciesp é a medida mais efetiva para trocarmos anacronismo e obsolescência por inovação, crescimento e relevância.

*José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), é candidato a presidente do Ciesp pela Chapa 1

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