Às 16h56 , desta segunda-feira, 13, o ex-presidente Michel Temer chegou escoltado por policiais federais ao Comando do Policiamento de Choque de São Paulo, na Rua Dr. Jorge Miranda, 789, bairro da Luz. Ele cumpre prisão preventiva no âmbito da Operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato que atribui a ele o papel de líder de organização criminosa que teria desviado, em 30 anos de atuação, pelo menos R$ 1,8 bilhão. O emedebista estava acomodado na Superintendência da Polícia Federal de São Paulo, na Lapa.
A transferência foi autorizada nesta tarde pela juíza federal da 7ª Vara do Rio, Caroline Figueiredo, após manifestações favoráveis da PM, da PF e do Ministério Público Federal. A decisão acolhe pedido da defesa, que havia pedido à magistrada que o ex-presidente ficasse em uma Sala de Estado Maior.
Ele foi preso por ordem do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2).
Na quarta, 8, por dois votos a um, a Corte cassou liminar do desembargador Ivan Athié e acolheu recurso do Ministério Público Federal restabelecendo decreto de prisão preventiva do emedebista e também de seu antigo aliado, o coronel reformado da PM paulista João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, que está no Presídio Militar Romão Gomes, zona Norte da capital.
Temer é acusado de liderar organização criminosa que teria agido durante 30 anos e desviado R$ 1,8 billhão em contratos do setor público - crimes que ele nega enfaticamente.
Coronel Lima seria seu 'operador financeiro', sustenta a força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio. Na sede da PF em São Paulo, onde se apresentou na tarde de quinta, 9, Temer ocupou inicialmente uma sala de reuniões sem banheiro no 9.º andar, próximo ao gabinete do superintendente regional da corporação.
Na sexta, 10, o ex-presidente passou para uma sala no 10.º andar. Sua rotina na prisão compreende leitura dos jornais do dia e livros que levou na bagagem quando se entregou.
A expectativa de Temer se concentra agora na sessão desta terça, 14, da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que vai julgar seu pedido de habeas corpus. O criminalista Eduardo Carnelós, defensor do emedebista, sustenta que a prisão 'é injusta e cruel'. O pedido de habeas será julgado por quatro ministros.