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Chefe da PF Minas rebate Bolsonaro e diz que presidente não cobrou aprofundamento do caso Adélio

Em pronunciamento após a renúncia do ex-ministro Sérgio Moro, o presidente acusou a PF de 'se preocupar mais com Marielle' do que com as apurações sobre o caso Adélio; inquérito concluído pela corporação aponta que não houve mandantes do crime

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Por Fausto Macedo e Paulo Roberto Netto
Atualização:

O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, delegado Cairo Costa Duarte, afirmou em depoimento que o presidente Jair Bolsonaro, ao ser informado sobre o andamento das investigações do caso Adélio Bispo, no primeiro semestre do ano passado, não demonstrou insatisfação quanto ao aprofundamento das apurações.

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Após a renúncia do ex-ministro Sérgio Moro, Bolsonaro reclamou, durante pronunciamento, sobre suposta falta de aprofundamento das investigações relacionadas ao caso Adélio. O presidente acusou a PF de se preocupar mais 'com Marielle do que com seu chefe supremo'. À época, o primeiro inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco já havia sido concluído e um segundo, sobre supostos mandantes, estava sendo conduzido pela PF mineira.

"E entendo, me desculpa seu ex-ministro, entre meu caso e da Marielle, o meu está muito menos difícil de solucionar, afinal de contas o autor foi preso em flagrante delito, mais pessoas testemunharam, telefones foram apreendidos, três renomados advogados em menos de 24 horas estavam lá para defender o assassino", disse, em abril.

Em depoimento, o superintendente Duarte apontou que esteve em duas ocasiões com o presidente Bolsonaro, sendo uma delas recentemente e na presença do atual ministro da Justiça, André Mendonça, e o novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza. O primeiro encontro, por sua vez, teria ocorrido no ano passado, com a presença de Moro e o então chefe da PF, Maurício Valeixo.

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"Que indagado se o Presidente da República naquela ocasião se mostrou insatisfeito com as investigações do 'caso Adélio', respondeu que acredita não ter sido manifestada pelo presidente da República na ocasião qualquer insatisfação em relação ao aprofundamento da investigação", apontou Duarte.

A reunião mais recente com o presidente ocorreu em meio à conclusão do segundo inquérito da PF, que relatou a ausência de mandantes no atentando conduzido por Adélio Bispo. De acordo com as conclusões dos investigadores, o esfaqueador agiu sozinho.

No âmbito judicial, Bolsonaro não apresentou recurso contra a sentença que considerou Adélio Bispo inimputável.

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