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Chefe da PF afaga Bolsonaro após anúncio de plano de saúde para a corporação e 'permite' em festa de formatura que todos tirem a máscara

Delegado Paulo Maiurino, diretor-geral da Polícia Federal, chamou na manhã desta quinta-feira, 16, o presidente e o ministro Anderson Torres, da Justiça, de 'parceiros fundamentais' no alcance de recursos necessários à consolidação de projetos da instituição

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Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Chefe da PF diz a Bolsonaro: "Já tivemos aqui sr. presidente, presidentes que prometeram algo pra nós e que nunca cumpriram". Foto: TV BRasil/Reprodução

O Diretor-Geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, participou da cerimônia de encerramento dos cursos de formação profissional de agentes da corporação na manhã desta quinta-feira, 16, e, ao discursar, convidou os presentes a retirarem a máscara de proteção contra a covid-19. "Inicialmente, gostaria de permitir que aqueles que se sintam confortáveis possam retirar a máscara", disse. Em seguida, é possível ouvir gritos e aplausos. O chefe da PF se dirige então ao presidente Jair Bolsonaro, que apareceu sorrindo na transmissão ao vivo pela TV Brasil.

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O pronunciamento de Maiurino foi marcado por outros acenos a Bolsonaro e também ao ministro da Justiça, Anderson Torres. Ambos foram classificados como 'parceiros fundamentais no alcance dos recursos necessários às consolidação' dos projetos da PF. "São autênticos e valiosos legados que serão cruciais para manutenção da qualidade do trabalho apresentado pela Polícia Federa", afirmou Maiurino.

O chefe da PF ainda aproveitou as declarações sobre o 'apoio intenso' de Torres e Bolsonaro para anunciar que o presidente assinou nesta quinta-feira, 16, medida provisória que viabiliza o plano de saúde da corporação. Após ser novamente aplaudido, Maiurino disse que o assunto é 'um anseio de décadas'. Em seguida olhou para Bolsonaro e afirmou: "Já tivemos aqui sr. presidente, presidentes da República que prometeram algo pra nós e que nunca cumpriram".

A norma citada pelo chefe da PF é a 'Lei do Funapol' - Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das atividades-fim da Polícia Federal -, que, segundo a PF, permite que 'parte dos recursos possam ser aplicados na prevenção e cuidado com a saúde do corpo funcional'.

Em simultâneo ao anúncio do plano de saúde para a PF, Bolsonaro pressiona o Ministério da Economia a dar reajustes para os policiais, a partir do ano que vem, quando concorre à reeleição. Como mostrou o Estadão, cálculos apresentados pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, indicam que o custo do agrado às carreiras seria de R$ 2,8 bilhões para os cofres públicos apenas em 2022. Em três anos, somaria R$ 11 bilhões.

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