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Chefão do PCC entra na lista dos mais procurados do Ministério da Justiça

Condenado a mais de 25 anos por tráfico transnacional, André do Rap foi solto por determinação do ministro Marco Aurélio Mello,do STF, mas teve habeas corpus cassado e agora é considerado foragido

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Por Rayssa Motta
Atualização:

André de Oliveira Macedo, o André do Rap, acusado de chefiar o tráfico de drogas internacional do PCC no Porto de Santos Foto: Polícia Federal

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que incluiu nesta terça-feira, 13, o nome do narcotraficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, em sua lista de procurados.

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"A Lista de Procurados Nacional do MJSP possui caráter estratégico para o enfrentamento às organizações criminosas do País. Trata-se de divulgação de lideranças criminosas com atuação nacional e eventualmente internacional", informou a pasta.

Na prática, o dispositivo funciona como um alerta para as autoridades policiais de todos os 26 estados e da capital federal. O objetivo é limitar os deslocamentos e garantir a prisão caso ele seja localizado. Apesar dos esforços, investigadores trabalham com a hipótese de que o traficante já tenha cruzado a fronteira rumo ao Paraguai ou à Bolívia.

A Polícia Federal também pediu a inclusão do nome de André do Rap na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Com isso, o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) passa a ser procurado internacionalmente.

Antes de ser preso, em setembro do ano passado, André do Rap passou cinco anos foragido. Ele foi capturado pela Polícia Civil em uma mansão em Angra dos Reis, no litoral do Rio. Na sequência, foi encaminhado à Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior paulista, de onde saiu na manhã do último sábado, 10.

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A autorização para deixar o sistema prisional veio do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu a um pedido da defesa e determinou a soltura. Na decisão liminar, o ministro afirmou que o prazo para manutenção da prisão preventiva foi esgotado e que a continuidade da medida cautelar era ilegal uma vez que não houve decisão judicial decretando sua renovação nos últimos 90 dias - conforme prevê a legislação desde que foi aprovado o Pacote Anticrime. A decisão chegou a ser derrubada pelo presidente da Corte, Luiz Fux, mas àquela altura o alvará de soltura já havia sido cumprido.

Ao tomar conhecimento da decisão, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usou as redes sociais para criticar Marco Aurélio e anunciar uma força-tarefa de policiais dos departamentos Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteçãoà Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE) deslocada para tentar encontrar o traficante.

Em entrevista ao Estadão, delegado Fábio Pinheiro Lopes, responsável por conduzir a operação que prendeu André do Rap e integrante da força-tarefa que agora tenta recapturar o líder do PCC, apontou uma série de fatores devem dificultar a localização do líder do traficante, como seu 'poderio financeiro', sua 'rede de contatos ' e seu 'trânsito internacional muito grande'.

"Por esse poder aquisitivo, pela rede de contatos - ele já morou na Holanda -, ele tem um trânsito internacional muito grande. Então isso que vai dificultar a recaptura dele. Ele tem varias empresas 'laranja' também. Consegue usar esse poderio financeiro para conseguir fugir", registrou o delegado.

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