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Celso de Mello sobre Bolsonaro no 7 de Setembro: 'gestos patéticos e censurável desapreço à ordem democrática'

Ministro aposentado do STF diz que comportamento do presidente foi 'vulgar' e 'incompatível com a importância histórica' do Bicentenário da Independência

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Por Rayssa Motta
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro participa de ato em Brasília em comemoração ao bicentenário da Independência. Foto: Wilton Júnior/Estadão

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro aposentado Celso de Mello, criticou a conduta do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas comemorações do 7 de Setembro.

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Ao Estadão, o ministro disse que Bolsonaro é um "político sem estatura presidencial" e "destituído de respeitabilidade política". Para Celso de Mello, o presidente "insinuou a possibilidade de repetição" do golpe militar de 1964.

"O comportamento de Bolsonaro nas jornadas de 7 de Setembro, notadamente quando insinuou a possibilidade de repetição do golpe de Estado de 1964, com a consequente instauração de uma nefanda ditadura militar, revelou a constrangedora figura de um político sem estatura presidencial, de inferior qualificação ideológica, destituído de respeitabilidade política", avalia.

Ao discursar ontem para apoiadores em Brasília e no Rio de Janeiro, o presidente disse que, se for reeleito, todos "vão jogar dentro das quatro linhas da Constituição".

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O decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello. Foto: Dida Sampaio / Estadão

Em outro momento, Bolsonaro afirmou que "hoje vocês sabem também como funciona a Câmara dos Deputados, sabem como funciona o Senado Federal. E sabem também como funciona o Supremo Tribunal Federal". Neste momento, os manifestantes vaiaram o STF. Cartazes dizendo que "Supremo é o povo" e pedindo a destituição dos ministros foram vistos nos atos.

O presidente também puxou um coro de "imbrochável" após dar um beijo na primeira-dama Michele Bolsonaro.

Celso de Mello diz o comportamento de Bolsonaro foi "vulgar" e "de todo incompatível com a seriedade e a importância histórica das celebraç?es do Bicentenário de nossa Independência".

"Teve o efeito perverso de vergonhosamente degradar a solenidade ao plano menor de gestos patéticos e de claro (e censurável) desapreço à ordem democrática em que se estrutura o Estado de Direito", conclui o ministro.

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