Integrante da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, o procurador da República Roberson Pozzobon defendeu nesta segunda-feira, 24, o projeto 10 Medidas de Contra a Corrupção e criticou tentativas de políticos de incluir no texto dispositivos que afrouxam as leis de combate a malfeitos.
"Existem pessoas que querem aglutinar ao pacote das dez medidas dispositivos que promovem o retrocesso no combate à corrupção", afirmou Pozzobon. "Esses cavalos de Tróia não podem ser admitidos."
Pozzobon foi um dos debatedores no encontro regional da comissão especial que debate Medidas de Combate à Corrupção realizado na Assembleia Legislativa do Paraná.
Além dele, participam do encontro o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, a delegada federal Erica Mialik Marena e o juiz federal Sérgio Moro.
"Não se faz justiça apenas criminalizando o futuro e anistiando o passado", completou o procurador para quem não se pode admitir a "legislação do chega disso".
"Não é bonito ser malandro", disse o procurador.
Pozzobon apontou a necessidade de a população 'enterrar de vez a noção de que é bonito ser malandro'.
No entendimento do procurador, os efeitos da corrupção não são meramente patrimoniais porque corroem a confiança da população sobre as instituições. "Isso é catastrófico", afirmou.
Pozzobon ainda criticou aqueles que acreditam na volta do regime militar como forma de combater a corrupção. Segundo ele, é preciso reverter o quadro de corrupção dentro das regras do jogo.