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Cartel de trens: Ministério Público vai investigar conta ligada a ex-diretores da Siemens

por Fausto Macedo e Fernando Gallo

Por Lilian Venturini
Atualização:

O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para investigar se uma conta aberta em Luxemburgo por ex-diretores da Siemens foi usada para pagar propina a agentes públicos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

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A descoberta da conta pela matriz alemã da multinacional, em 2011, resultou na demissão do então presidente da empresa no Brasil, Adilson Primo. Segundo a Siemens, durante três anos Primo negou ter qualquer vinculação com a conta.

A conta bancária movimentou cerca de US$ 7 milhões entre 2001 e 2005. Parte dos recursos foi transferida para contas de doleiros que foram presos no caso do Banestado.

Contudo, documentos obtidos pela Siemens após contato com a Polícia de Luxemburgo mostraram que a conta estava em nome de uma empresa holandesa, a Singel Canal Services, que por sua vez era de propriedade de uma fundação, Suparolo Private Foundation, cujos titulares eram Primo e outros diretores da Siemens.

O vice-chefe de compliance da Siemens na Alemanha, Mark Gough, disse, em depoimento à Polícia Federal em novembro que suspeitava que o dinheiro tivesse sido usado para pagar propina.

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O atual gerente-geral da área de projetos corporativos da Siemens no Brasil, Sergio de Bona, também em depoimento à Polícia Federal, afirmou que recebeu instruções para destruir "todo e qualquer documento" relativo à conta. A instrução, segundo ele, foi dada pelo advogado Roberto Justo, responsável pela criação das Singel e da Suparolo.

Adilson Primo e os ex-diretores donos da conta negam que ela foi utilizada para pagar propina, e dizem que a matriz alemã da Siemens não apenas tinha conhecimento, como operava a conta de Luxemburgo. A Siemens na Alemanha nega, e diz que nenhuma movimentação da conta foi registrada nos livros da empresa.

Defesa. O criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que representa o ex-presidente da Siemens no Brasil, Adilson Primo, foi categórico. "Eu considero a providência adotada pelo Ministério Público como própria de um órgão que se propõe a recuperar a verdade dos fatos, razão pela qual não me causa nenhuma estranheza."

"Com relação ao meu cliente Adilson Primo nenhuma preocupação existe, pois como já foi várias vezes por ele esclarecido nenhuma responsabilidade pode lhe ser imputada sobre a conta (Luxemburgo)."

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