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Carlos Bolsonaro sugere à PF que na caça ao hacker não dê o 'mesmo ritmo' da investigação sobre facada em seu pai

O vereador do Rio e filho do presidente postou comentário no Twitter fazendo uma comparação entre a investigação da invasão de comunicações de procuradores da Lava Jato e do ministro Sérgio Moro e a apuração da tentativa de assassinato do então candidato à Presidência em setembro de 2018

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Por Redação
Atualização:

Carlos Bolsonaro. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO Foto: Estadão

O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC/RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse esperar que a Polícia Federal não dê à investigação dos ataques de hackers aos celulares de membros das forças-tarefa da Lava Jato e do ministro Sérgio Moro o 'mesmo ritmo e linha' que deu à tentativa de assassinato de seu pai.

O comentário foi feito no perfil do Twitter do parlamentar na última quarta, 12.

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Carlos já havia abordado o caso no dia 9, após divulgação de uma nota em que a força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná indicou que seus membros haviam sido 'vítimas de ação criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes'.

Horas após a publicação do texto do MPF, o vereador compartilhou um comentário do senador Alessandro Viera (Cidadania), que dizia que o objetivo do ataque era 'claro', de 'tumultuar processos e investigações, barrando o combate à corrupção no Brasil', sendo as 'táticas hackers' mais uma etapa dessa guerra.

 Foto: Estadão

A nota da procuradoria indicava que um hacker invadiu telefones e aplicativos de procuradores, 'tendo havido ainda a subtração de identidade' de alguns integrantes da força-tarefa em Curitiba. O texto dizia ainda que 'foram obtidas cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho'.

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O texto reagia às reportagens do site The Intercept Brasil, que divulgou na tarde do mesmo dia o suposto conteúdo de mensagens trocadas pelo então juiz federal Sergio Moro e por integrantes do Ministério Público Federal, como o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa em Curitiba.

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Em entrevista ao Estado sobre o ataque cibernético e o vazamento de diálogos, Moro disse que o País está diante de "um crime em andamento", promovido, conforme sua avaliação, por uma organização criminosa profissional.

As investigações

Em maio a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar ataques feitos por hackers aos celulares de procuradores da República que atuam nas forças-tarefa da Lava Jato. A apuração teve início após uma notificação enviada pelos procuradores à PF.

Já no início de junho outra investigação foi aberta para apurar ataques ao celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defende que a investigação em relação aos ataques cibernéticos criminosos contra membros do Ministério Público Federal seja unificada.

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Em ofício encaminhado na última quarta, 12, ao diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo, Raquel afirma 'considerar necessário adotar uma linha de investigação que possa esclarecer, além do modo de atuação criminoso, os motivos e eventuais contratantes de um ataque cibernético sistemático contra membros do MPF, principalmente aqueles que atuam nas Forças-Tarefas da Lava Jato do Rio de Janeiro e Curitiba'.

A facada

Nesta sexta, 14, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que irá tomar providências sobre a decisão que absolveu Adélio Bispo de Oliveira em ação penal referente à facada no então candidato à Presidência, em setembro de 2018.

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O então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), é socorrido após a facada em Juiz de Fora (MG). Foto: Fábio Motta / Estadão

O juiz federal Bruno Savino, de Juiz de Fora, converteu a prisão preventiva de Adélio em internação provisória, e o manteve na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS). O autor da facada foi considerado inimputável.

Para Bolsonaro não há 'dúvida' de que acertaram com Adélio uma tentativa de assassinato. "A gente sabe que o circo é armado, tentaram me assassinar sim. Eu tenho a convicção quem foi mas não quero falar porque não quero fazer um pre julgamento de ninguém", disse o presidente à jornalistas.

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