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Canhedo, antiga Vasp, consegue suspensão de penhora de imóvel por violação à competência da vara de falência

Empresário obtém liminar do ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, para suspender execução promovida pela 5.ª Vara Cível de Brasília

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Por Redação
Atualização:

Wagner Canhedo Filho. Foto: Celso Junior/Agência Estado - 09-3-2004

Por causa de uma decisão da 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo que admitiu o pedido de extensão da falência da antiga Vasp aos seus diretores, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, deferiu parcialmente liminar em favor do diretor da companhia, Wagner Canhedo Azevedo, para suspender execução promovida pela 5.ª Vara Cível de Brasília contra o empresário.

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A execução foi inicialmente promovida contra a Viplan, empresa de transporte público que operava no Distrito Federal e da qual Canhedo era sócio, informou o site do STJ - processo(s): Conflito de Competência CC 170331

Posteriormente, o juiz direcionou o cumprimento de sentença contra os sócios e determinou a penhora de uma propriedade de Canhedo localizada em Brasília.

A defesa do empresário, entretanto, alega que, em 2013, o juízo de falências de São Paulo acolheu pedido do Ministério Público e estendeu o pedido de falência aos diretores da Vasp - entre eles, o próprio Canhedo.

A Justiça de São Paulo também determinou o bloqueio de bens móveis e imóveis dos diretores.

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Por isso, para a defesa, a inclusão de Canhedo na falência 'atribui ao juízo universal competência exclusiva para dispor sobre o seu patrimônio pessoal'.

Execução de créditos

O ministro Noronha destacou que, segundo jurisprudência do STJ, os atos de execução dos créditos individuais contra empresas falidas ou em recuperação judicial - regulados tanto pelo Decreto-Lei n. 7.661/1945 quanto pela Lei n. 11.101/2005 -, ou quaisquer outros atos judiciais que envolvam o patrimônio empresarial, 'devem ser realizados pelo juízo universal'.

Além disso, o presidente do STJ anotou que a Segunda Seção, no julgamento do Conflito de Competência 125.589, firmou o entendimento de que 'não há conflito de competência quando a execução trabalhista movida em desfavor de empresa cuja falência foi decretada é redirecionada para atingir bens dos sócios, tendo em vista que o patrimônio da empresa falida continuará livre de constrição'.

"A única exceção ocorre quando o juízo falimentar também decreta a desconsideração da personalidade jurídica da falida, com a arrecadação dos bens dos sócios, devendo, nessa circunstância, ser processada a execução no juízo universal", apontou o ministro.

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Nesse sentido, segundo Noronha, como alegado pela defesa do empresário, há indicativo de que a decisão do juízo do Distrito Federal atingiu a competência da vara de falência paulista que conduz o processo da Vasp, motivo pelo qual era necessária a concessão de liminar para suspender os atos de execução da 5.ª Vara Cível de Brasília.

O ministro também designou a 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo para decidir as eventuais medidas urgentes, até o julgamento definitivo do conflito de competência no STJ. O relator do conflito é o ministro Moura Ribeiro.

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