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Calero vai à Procuradoria contra Alvim por 'apologia ao nazismo'

Ex-ministro da Cultura do Governo Temer requer apuração dos fatos e responsabilização penal e civil administrativa, além de reparação de gastos com 'a inadmissível publicidade' do ex-secretário especial da Cultura de Bolsonaro que parafraseou ministro da Propaganda de Hitler

Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Roberto Alvim deixou o cargo nesta sexta-feira Foto: Gabriela Bilo/Estadão

O deputado Marcelo Calero (Cidadania/RJ) protocolou representação no Ministério Público do Distrito Federal contra o ex-secretário especial da Cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, 'pelo discurso com apologia nazista' - ao divulgar em canal institucional do Youtube, o Prêmio Nacional das Artes de 2020, na quinta, 16.

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Na representação, Calero - ex-ministro da Cultura no Governo Temer (maio/novembro-2016) - requer apuração dos fatos e responsabilização penal e civil administrativa de Alvim - 'o que inclui as sanções por improbidade, a reparação decorrente dos gastos com a inadmissível publicidade e a condenação à reparação ao dano moral coletivo existente'.

Na semana passada, Alvim foi demitido depois que postou vídeo em que parafraseou Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler.

"O ato do ex-secretário é incompatível com a sociedade brasileira, e o Estado deve responder de forma exemplar, enérgica e pedagógica para que isso jamais volte a acontecer em nosso País", declarou Calero.

Ainda segundo a representação protocolada nesta quinta, 23, no Ministério Público, 'as referências ao nazismo, ainda mais quando feitas por uma alta autoridade pública encarregada da cultura nacional, não podem em hipótese alguma ser toleradas'.

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O deputado assinala, ainda, que 'nesse cenário, a indiferença é algo que não cabe, devendo haver o uso de todas as formas possíveis de responsabilização do autor do fato ilícito para que se sinalize a todos os cidadãos brasileiros e demais Estados Soberanos da Comunidade Internacional que os compromissos históricos brasileiros com a dignidade humana continuam sólidos, íntegros e que não houve e nem haverá qualquer guinada na forma do país em se posicionar contra os horrores do nazismo'.

Calero argumenta que 'o momento inspira diálogo, busca de convergência e entendimento'.

"A tradição brasileira é de harmonia nas relações entre os povos e de respeito à pluralidade. Não vamos deixar que ações como esta nos tirem do caminho de fazer um Brasil melhor", disse.

Na sexta, 17, em entrevista à Rádio Gaúcha, Roberto Alvim pediu perdão e disse que não houve 'associação intencional com o nazismo'. Segundo ele, houve 'uma infeliz coincidência retórica'.

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