Ao longo desta quinta-feira, 5, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa conversou com seus seguidores no Twitter. No dia em que o ministro Teori Zavascki afastou do mandato o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e, por consequência, da liderança da Câmara, e a Comissão Especial do Senado analisou o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro Joaquim Barbosa escreveu mais de 50 mensagens.
O primeiro texto foi postado às 11h32, um elogio à decisão de Teori, que afastou Cunha da Câmara. Em sua avaliação, medida 'corajosa'. Durante a tarde, o ex-ministro criticou os senadores da Comissão Especial do Impeachment. Os parlamentares discutiram nesta quinta o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável ao impedimento da presidente.
"Eu adoraria, por exemplo, que o Senado brasileiro, antes de tomar uma decisão de tamanha gravidade e de consequências tão extraordinárias e ainda largamente desconhecidas, ouvisse gente do porte de José Murilo de Carvalho, Paulo Bonavides, Lilian Schwartz, Mary del Priore. Gente capaz de pensar o Brasil e a sociedade brasileira em profundidade. Excelentes profissionais até agora se manifestaram, uns em defesa de um polo da discussão, outros em defesa do outro polo", afirmou.
"A meu ver, os senadores não os estão ouvindo. Cada grupo se agarra à posição que lhe é mais conveniente. A coisa está mais ou menos assim: Se você defendeu o meu ponto de vista, sua exposição foi genial! Gente, isso é constrangedor! Eu pergunto: onde estão os "libre penseurs" desse imenso e belo país?"
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Joaquim Barbosa continuou a escrever. "Muitos a esta altura já devem estar pensando que eu tomei uma posição na discussão em curso. Enganam-se. Dou uma pista. Minha posição encontra-se nas entrelinhas da intervenção feita há pouco pela ótima senadora Simone Tebet. O que disse ela? Ela "abriu o verbo" contra o deputado Eduardo Cunha, por tê-la privado de poder discutir a integralidade das acusações feitas à PR (presidente da República", afirmou o ex-ministro.
"Em suma: fundamentalmente, penso que a discussão está fora de foco, deslocada. Desde o início. E isso foi proposital. Pergunto: Por que dentre as inúmeras acusações feitas à PR se decidiu escolher precisamente esta? Por que se deliberou deixar de lado as devastadoras revelações da chamada operação "lava-a-jato"? Procure saber."