O cabo da Polícia Militar Gérson Correa acusou o ex-comandante da corporação, coronel Zaqueu Barbosa, de comandar o esquema 'barriga de aluguel', a máquina de grampos clandestinos que pegaram advogados, jornalistas, médicos, juízes e políticos de Mato Grosso. Correa afirmou que o oficial lhe repassava os números de telefones que deveriam ser monitorados e que o motivo da ação era 'estritamente político' a partir da campanha eleitoral de 2014 no pleito para o Governo do Estado - quando foi eleito Pedro Taques (PSDB).
O cabo é réu no processo criminal sobre a grampolândia de Mato Grosso. Ele foi interrogado nesta segunda-feira, 16. Correa decidiu colaborar com as investigações sobre o escândalo que abalou o governo de Mato Grosso.
As informações sobre as revelações de Correa foram divulgadas no site MidiaNews, de Cuiabá, pelos repórteres Thaiza Assunção e Camila Ribeiro, e confirmadas pela reportagem do Estadão.
O coronel está preso desde maio no Batalhão de Operações Especiais. Ele nega a acusação de ter comandado o 'barriga de aluguel'.
Gerson Correa declarou no interrogatório que ouviu o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques - primo do governador Pedro Taques - contar que o motivo das interceptações clandestinas era 'estritamente político'. Paulo Taques também foi preso.
O cabo disse que os grampos foram instalados durante a campanha eleitoral de 2014 para o Governo de Mato Grosso. Os alvos, segundo o militar, eram 'adversários' do então candidato tucano Pedro Taques. O governador nega enfaticamente envolvimento com o esquema de grampos.
"Os números dos telefones foram passados pelo coronel Zaqueu, que me orientoou a fazer o acompanhamento online dessas pessoas durante o período que antecedeu o pleito eleitoral de 2014", declarou Correa.
Segundo o cabo, Zaqueu determinou a ele que somente escutasse 'alvos políticos', 'devendo-lhe repassar qualquer situação suspeita que ouvisse'. que que
O militar contou, ainda, que os grampos foram encerrados em outubro de 2015, dpeois que o coronel foi interrogado pelo ex-secretário de segurança Pública Mauro Zaque, sobre 'barriga de aluguel'.